A Sacerdotisa e o Sexo Delicado
O desejo
Há muitos anos venho tentando desenvolver algumas idéias sobre o desejo, sobre a vontade que impera sobre os sentidos, nos fazendo sentir sensações prazerosas ou desastrosas.
Lembro-me do meu primeiro desejo, da vontade do primeiro beijo, da ânsia voraz por aquele garoto do colégio e em minhas sensações juvenis tudo ganhava um superlativo maior do que o esperado. E havia a vontade, o desejo de ser amada, como se toda uma vida se resumisse em amar e ser correspondida.
Com o passar dos anos fui ganhando corpo, maturidade e o desejo até então pueril, ganhou formas mais sexuais, mais carnais e voluptuosas, maturava assim em meu corpo secreções, fluidos e mais desejo.
Houve tempos ainda que os desejos tinham conotações de ídolo, amava-se intensamente o mocinho da novela tanto quanto o cantor da bandinha pop. E no que tange a minha particularidade desejava mulheres, não por ser homossexual, visto que em mim nada denota essa tendência, mas por ser secreto, proibido e dizem os entendidos que o fruto do pecado é mais saboroso.
E ao saborear o tão almejado fruto, fartei-me pela delicadeza do ato, pela singeleza dos toques, dos beijos e afagos. Senti-me adentrando território sublime e sagrado, sacerdotisa do prazer consagrando o corpo aos deleites da sexualidade vivida e experimentada.
Com os anos o que era um fetiche passou a ser uma nova opção, uma vertente da sexualidade, levando-me a descobrir novas sensações, novos amores e paixões ardentes. Conseqüentemente, descobri que meus desejos suscitavam preconceito, olhares de recriminação e desdém, aprendi que a hipocrisia da sociedade faz com as pessoas se enquadrem em estereotipos pré-determinados, fazendo de nós seres diversos, uma aberração da natureza. Hoje, quase uma balzaca, analiso com carinho minha trilha do desejo, desde o primeiro olhar malicioso, até o primeiro frenesi, o primeiro gozo, a primeira satisfação sexual, vivenciei tudo o que o meu corpo pediu, não tive medo, preconceito ou fui hipócrita, subverti a ordem do que era certo e reinventei um caos todo meu.
Sucumbi ao sublime e indelével desejo dos anjos da luxúria, conjugando o verbo ser na amplitude total da existência humana.
E o que posso dizer para os que desejam e não realizam, saibam que os desejos são como sementes pequenas que brotam no coração e germinam na alma, e se acaso sua semente estiver sufocada pelo medo de se permitir, saiba que uma alma sem sonho e desejo é um ente morto pairando sobre o mundo feito zumbi, sem vida, sem vontade , sem felicidade.
Permita-se.
Viva.
Há muitos anos venho tentando desenvolver algumas idéias sobre o desejo, sobre a vontade que impera sobre os sentidos, nos fazendo sentir sensações prazerosas ou desastrosas.
Lembro-me do meu primeiro desejo, da vontade do primeiro beijo, da ânsia voraz por aquele garoto do colégio e em minhas sensações juvenis tudo ganhava um superlativo maior do que o esperado. E havia a vontade, o desejo de ser amada, como se toda uma vida se resumisse em amar e ser correspondida.
Com o passar dos anos fui ganhando corpo, maturidade e o desejo até então pueril, ganhou formas mais sexuais, mais carnais e voluptuosas, maturava assim em meu corpo secreções, fluidos e mais desejo.
Houve tempos ainda que os desejos tinham conotações de ídolo, amava-se intensamente o mocinho da novela tanto quanto o cantor da bandinha pop. E no que tange a minha particularidade desejava mulheres, não por ser homossexual, visto que em mim nada denota essa tendência, mas por ser secreto, proibido e dizem os entendidos que o fruto do pecado é mais saboroso.
E ao saborear o tão almejado fruto, fartei-me pela delicadeza do ato, pela singeleza dos toques, dos beijos e afagos. Senti-me adentrando território sublime e sagrado, sacerdotisa do prazer consagrando o corpo aos deleites da sexualidade vivida e experimentada.
Com os anos o que era um fetiche passou a ser uma nova opção, uma vertente da sexualidade, levando-me a descobrir novas sensações, novos amores e paixões ardentes. Conseqüentemente, descobri que meus desejos suscitavam preconceito, olhares de recriminação e desdém, aprendi que a hipocrisia da sociedade faz com as pessoas se enquadrem em estereotipos pré-determinados, fazendo de nós seres diversos, uma aberração da natureza. Hoje, quase uma balzaca, analiso com carinho minha trilha do desejo, desde o primeiro olhar malicioso, até o primeiro frenesi, o primeiro gozo, a primeira satisfação sexual, vivenciei tudo o que o meu corpo pediu, não tive medo, preconceito ou fui hipócrita, subverti a ordem do que era certo e reinventei um caos todo meu.
Sucumbi ao sublime e indelével desejo dos anjos da luxúria, conjugando o verbo ser na amplitude total da existência humana.
E o que posso dizer para os que desejam e não realizam, saibam que os desejos são como sementes pequenas que brotam no coração e germinam na alma, e se acaso sua semente estiver sufocada pelo medo de se permitir, saiba que uma alma sem sonho e desejo é um ente morto pairando sobre o mundo feito zumbi, sem vida, sem vontade , sem felicidade.
Permita-se.
Viva.
1 comment:
Oi Pri:
Concordo: o que me preocupa é falta de desejo. Viver sem desejar é morrer (puxa, acho que esta foi profunda. E saiu sem querer!)
Um beijo.
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