Monday, April 30, 2007

Index Quinzena 16 30 de Abril - 15 de Maio

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Vocês gostariam de ver algum tema abordado aqui?
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Então avisem, enviem seus trabalhos indicando o desejo de tê-los postados aqui,
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Index

1 – Clique aqui para ler o novo Editorial do Reação, sempre mutante, sempre em transformação!

Especial Primeiro de Maio com Prof. Toni, clique aqui para ler nossa coluna extra!

2 – Novos Comentários da Quinzena. Depois de confundido comigo, Jiló está implacável, mas os comentários cada vez mais sinceros. Clique aqui e confira!

3 – Agora o R.C. se compromete a Divulgar Cultura, de todas as cidades, de todos os estados e, se possível, de todos os países. Você sabe o que acontecerá em sua cidade na próxima quinzena? Quem sabe os eventos divulgados aqui não lhe podem ajudar? Espie, não se acanhe, clique aqui!

4 – Vinícius desaparecido? Aristoteles tomando seu lugar? O que importa é falar sobre a reforma agrária e nessa linha, vocês só encontram clicando aqui, na coluna Filosofia do Direito, com novo autor.

5 – Halem Souza fala sobre o FUNDEB, novamente, em sua coluna esporádica. Clique aqui, e acompanhe a parte 2 de sua crítica fundamental à educação brasileira.

6 – A nova Coluna do Cássio chegou abalando, e nossa bandeira vê-se aqui expressada, um Não à Redução da Maioriadade Penal. Leia sua estréia, clicando aqui.

7 - O R.C. pretende divulgar também os anais da mídia independente, e estréia a nova coluna Trechos de Nossa Mídia Independente. Saiba mais clicando aqui.

8 – Prof. Toni, audaz e implacável, discute o Cangaço do Século 21 em sua coluna ocasional. Clique aqui e reflita sobre um dos problemas mais sérios da humanidade.

9 – A Tirinha de Venâncio mostra como nós, índios bobos, tratamos as diferenças de nossas tribos. Clique aqui, para rir ou chorar!

10 – A Charge do Venâncio nos deixa sem palavras, e com uma questão tintilando em nossos cérebros: Será? Clique aqui, e tente responder essa pergunta.

E veja mais! Para o Dia do Trabalho... Ou do Trabalhador?

A Charge de Venâncio para o 1 de Maio, Dia do Trabalho, é sincera, sensata e verdadeira. Cliquem aqui para rir e refletir.

11 – A coluna CLAQUE-TE de Roberto de Queiróz volta com seu nem tão secreto Dossiê dos Diretores, discutindo o trabalho de M. Night Shyamalan, diretor do Sexto Sentido. Acompanhe clicando aqui.

12 – Na nova coluna de Debates, o R.C. propõe que algumas questões sejam levantadas, mas que o tema seja discutido apesar dessas questões, que apenas servem como parâmetro de raciocínio do editor, ou melhor, uma sugestão deslavada. Cliquem aqui e nos debatam!

13 – Na coluna Vênus Contra-Ataca, Caiê nos enviou um texto seu, escrito em Janeiro quando era relevante a questão do aborto em Portugal. Veja como nada somos diferentes, ou nada somos, clicando aqui.

14 – A Educação Sexual é relembrada por nossa Sacerdotisa na coluna Sexo Delicado, com o qual você pode se deliciar clicando aqui.

Editorial Quinzena 16 30 de Abril - 15 de Maio

eu meu gato, ele na cama...

Não é tarefa fácil escolher um tema a abordar no editorial, que supostamente deveria resumir o intuito de todo o periódico. São tantas coisas acontecendo nesse mundo cada vez mais endoidecido, que eu me acanho na hora de discutir um só assunto, já que esse, automaticamente, conecta-se mesmo despropositalmente com todos os demais, e é impossível tratar de um único assunto como merece ser tratado sem escrever uma enciclopédia.

Mas, nessa edição do R.C, recomendamos que alguns assuntos essenciais fossem abordados, e incluimos algumas novidades, as quais pretendemos continuar oferecendo e aprimorando nas próximas edições. Primeiro, falo da coluna de Divulgações Culturais, tanto de movimentos sociais quanto de realizações e espetáculos artísticos no geral, que procurará anunciar as programações de eventos em todas as regiões em que estiverem centrados nossos colaboradores e colaboradoras. Depois, uma coluna de Debates foi aberta com algumas questões a respeito do aborto. A intenção é que, no campo de comentários, nossos leitores discutam o assunto, e os melhores argumentos serão selecionados a futuras postagens. A cada quinzena teremos novos assuntos, que se repetirão alternadamente. Com uma coluna específica para a participação do público, queremos que vocês, leitores, se manifestem com maior liberdade e imunidade das reclamações e rabugisse do C.O.R. Jiló Mutema.

No mais, confesso que queria escrever sobre o massacre na Virginia, mas depois de perceber que todo o planeta se encontra em massacres e auto-massacres, se não imediatos, indiretos e massivos, também percebo que falar sobre um desses desastres da natureza humana não nos serve, em essência.

Acompanhem nossos colaboradores, e atenção à nova coluna de Cássio Augusto, com seu texto “NÃO à Redução da Maioridade Penal.” Bem como tantos outros, como a coluna de Caiê sobre seu manifesto pessoal à legislação do aborto em Portugal, à época em que o tema foi calorosamente discutido por responsáveis oficiais do governo. Também apresento a Aristóteles da Silva, mais um filósofo de boteco, que tomou o lugar de Vinícius Magalhães, este que infelizmente encontra-se demasiadamente atarefado para participar como precisamos. Aristóteles preferiu o pseudônimo, mas o que nos interessa é sua linha pensamental. No mais, continuamos com Prof. Toni, Halem Souza, Roberto de Queiróz, Bruno Venâncio, e muito, muito mais.

As culturas continuam reagindo por aqui!

Reaja você também!

Aos abrax,

Roy Frenkiel
O editor editado
admin@reacaocultural.com

Comentários da Quinzena

No Index

De Paralaxe

Este Blog está listado no

Directório Paralaxe (
http://directorio.grupo-paralaxe.net/)

Resposta do C.O.R: Grande Paralaxe man, agradecemos sua gentileza. Fica aqui exposto seu endereço para as pessoas visitarem. Eu, pessoalmente, não entendi proquê serve, mas aê já é coisa que se trate com o editor, que pra pensar eu não sou pago.

Agradecido e aleluia, do Jiló

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No Editorial

De Meneau

Não levem a mal, minha opinião (não sou jornalista, não sou nada, pra falar a verdade), mas acho que alguns temas são tão relevantes e geram tanta necessidade de argumentação que tornam os textos aqui um tanto longos e, a meu ver, não "caem bem" na Web, sendo mais adequados para revistas ou matéria de aprofundamento de jornais,o que, imagino, está momentaneamente fora do alcance de vocês.

Já li algumas seções deste blog, outras vezes; achei enxutas e ideais pra Web. Outras, achei longas e cansativas. Acho importantíssimo "levantar bandeiras", mas esse tipo de texto denso, é mais interessante no formato impresso, quando se torna mais cômodo para umaa leitura aprofundada.

Espero não ter despertado a ira daquele C.O.R, divertido e irreverente, a seu modo, mas também um tanto grosseiro. Força e paz a todos.

Resposta do C.O.R: Meneau, eu deixar de ser grosso lhe garanto que você não vai conseguir fazer. Agora, pelamordedeus proteste contra a largura e comprimento dos textos Coy porque eu sinto vergonha por ele. Sabe aquelas pessoas que sentem vergonha pelas outras? Eu sinto por ele, coitado… Escreve, escreve, escreve, gasta a mão, sangra a pele, sua o cabeção e, no fim do dia, só ele se auto-lê, auto-dita, auto-da e por aí vai. Mas aí, Meneau, na moral, proteste, mas no geral, deixa de ser chato, porra!

Meio-Agradecido, Meio-Indignado, do Jiló

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Na coluna Filosofia do Direito, do extinto Vinícius Magalhães

De Jens

O Judiciário é o menos democrático dos poderes, mas cuida bem dos seus, como provam as liminares concedendo liberdade aos advogados, juízes, desembargadores e advogados que integram a máfia dos caça-níqueis.
Dá raiva, vontade de sair chutando o balde e a escada, e encher de porrada o primeiro engravatado carregando pastinha executivo que aparecer pela frente. Acho que vou lá pra frente do Fórum agora mesmo saciar a minha sede de revanche. Yááááááááh!
Um abraço

Resposta do C.O.R: Agora, di-me una cosa, painho, cuidar bem dos seus não é algo natural? O senhor não cuida bem dos seus? Fiquei sabendo que o senhor cuida muito bem dos seus, e algum dia ainda ei de conhecer a Marisinha para tirar a teima. Ora essa, o Judiciário tem todo o direito de tirar casquinha da situação em que o Brasil se encontra. Porque você sabe, não é mesmo? Enquanto vocês se ferram, os juízes se dão bem. Vejo-os sempre por aqui, nas praias de Miami, enquanto engraxo seus tênis. Tô falando… Gnomos eu vi lá em Marte, mas os desembargadores desembarcam em Miami, ao lado dos seus, é claro.

Beijo na Marisinha, do Jiló

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Na Charge do Venâncio

Do extinto Vinícius


Caraca!!! Simplesmente fantástica esta charge!!! Detonou!
Vinícius

Resposta do C.O.R: É claro que é fantástica, o Bruno tá apaixonadão, cara, e nessas as pessoas desenham sempre aos amores, podem crer! Vini! Tô com saudades! Volta do além!


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No Canto de Nana

De Denise

que, enfim, máscaras de uma certa religião foram arrancadas, mesmo sendo no universo da literatura. Despida e saltitante, ela se tornou mais leve. Automaticamente, deixou pelo caminho suor pingante de hipocrisia. E o desfecho? Uma guloseima para repor energias. Adorei!

De Pirata Z

A maldita culpa cristã, o mais antigo bigue bróder, a idéia do Deus que tudo vê, tudo sabe.
Texto redentor.
Beijo

Resposta do C.O.R: Quando Nana de Freitas esteve em Miami, Denise, e não saía de perto do editor, que parecia cochichar com as nuvens e nem atendia minhas ligações pentelhas, eu testemunhei na pele o que vocês descrevem dos seus contos. Ela é mesmo fantástica… Enquanto o editor ia ao banheiro, eu corría ao seu quarto só para ter o privilégio de conversar com ela. O olho roxo que invocou meu uso de óculos escuros fundo-de-garrafa foi consequência estapafúrdia de um desses desencontros, enquanto eu me ajoelhava perante Nana e lhe implorava por minha vida. Coy saiu do banheiro dizendo: “Hagam tichbosh et malkati bebeiti????” Aí já viu, porrada na cara, porque paz e amor é só verbete. (PS: Fui obrigado a escrever apenas coisas boas por Nana de Freitas e fingir que levei porrada do editor, mas consegui uma cópia do Pasquim antes do editor postá-lo e logo me retrato.) Ignorem o PS. Assinado: RF.

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Na Entrevista Pasquiniana com Batone, da banda LixoExtraordinário, de Rodrigo Gerdulli

De Paulo

Beleza de entrevista!

Resposta do C.O.R: Bela, bela, pronto, respondi, tchau.

Jiló com Abacaxi

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Na coluna Foco-Vertigo, de Ana Luiza Schifflers

De Meneau


Ah... então é isso...

Resposta do C.O.R: Por que? Não é? O que você sugere com isso? Está me dizendo que Papai Noel não existe? Falei? CHATO!

Mostrando a lingua, do Jiló

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Na Coluna da Professorinha Silvia

De Halem Souza (Quemelén “m”)

Professora Sílvia, há algumas semelhanças entre as situações descritas por você (posso tratá-la assim?) e algumas que ocorrem aqui, no Brasil. Mas primeiro é preciso saber se você se refere a escolas públicas ou instituções privadas de ensino (porque há muita diferença).

Os pais (que aqui chamamos de "comunidade escolar", no contexto da escola pública que é onde trabalho) realmente estão na tipologia apresentada por você e, obviamente, todos prefirimos o primeiro tipo apresentado. Mas nosso foco deve se dirigir justamente para os outros - para que se tornem como os primeiros - já que uma educação de qualidade necessita também do envolvimento da comunidade (ou "dos pais", todos eles).

Nossos coordenadores aqui (os seus "directores de turma" aí, acredito) sofrem; bem como nosos diretores de escola (deve corresponder ao seu "presidente de escola"). Ainda mais no quadro lembrado pelo comentarista anterior, o da "aprovação automática" (ou, como gostam as dirigentes educacionais, "progressão continuada"), praga que, ao que parece, não chegou a Portugal.

Bom ver o tema EDUCAÇÃO discutido por aqui. Um abraço.

Resposta do C.O.R: Em nome da Silvia, Halem, até eu amanso dessa vez, porque é importante mesmo que o tema EDUCAÇÃO seja tratado aqui pelos cabeções e cabeçonas que colaboram por aqui. Se fosse discutido na minha época, quando eu cruzava as plantações e as delegacias de Potato City, eu seria mais inducado, ou inclinado a melhores maneiras. Valeu, senhor Halem, o senhor é o cometa?

Valendo, do Jiló

Divulgando Cultura

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Aristóteles da Silva e a Filosofia do Direito


Sobre a questão da Reforma Agrária

Caros amigos, assumo a coluna do antigo colaborador Vinícius Magalhães na empreitada de trazer algumas reflexões sobre o cotidiano para vocês.

Nesta 16ª Quinzena, acatando a sugestão do nosso “editor que nada edita”, vamos tratar de alguns pontos da reforma agrária brasileira e as relações entre o MST e o governo Lula.
Por meio da reforma agrária, propõe-se a mais eqüitativa possível distribuição de terras a quem se dispõe a nela trabalhar. Mas quais seriam as formas de se produzir? Podemos pensar num modelo em que a propriedade da terra fica concentrada nas mãos de um ou de poucos, os quais não trabalham diretamente com a terra, valendo-se dos préstimos de outrem. Ou, ainda, podemos pensar num modelo no qual a propriedade não cabe a um ou a poucos indivíduos, mas sim a uma coletividade de trabalhadores que nela produz, dividindo entre si as responsabilidades, perdas e ganhos. Certamente, são possíveis infinitas variantes e mesmo um modelo híbrido.

A relevância de se pensar nas duas formas de distribuição da terra decorre da reflexão sobre qual modelo econômico preconizamos. A formação econômica do Brasil permitiu a permanência de enormes domínios de terras nas mãos de poucas famílias. Assim, o primeiro modelo acabou preponderando.

Tal modelo procura se legitimar em uma suposta vocação agrícola brasileira destinada a exportação. Dessa forma, a economia brasileira só seria competitiva caso se valesse de produção em massa de uns poucos gêneros agrícolas, valendo-se de mão de obra nacional extremamente barata (ou mesmo escrava em alguns momentos) e cujo mercado consumidor estrangeiro estivesse garantido por acordos comerciais pelos quais o Brasil cederia gêneros agrícolas em troca de bens industrializados.

Essa foi, de uma forma geral, a ideologia agro-econômica brasileira preponderante. Por meio dela, alcançou-se neste país uma das mais vastas concentrações fundiárias do mundo, com graves conseqüências sociais. Desde desemprego, até a crise de abastecimento alimentar, passando também pela violência no campo, desemprego e inchaço urbano, tal modelo tem se mostrado falho e inconveniente.

Assim, o MST, legitimamente, tem se oposto à concentração de terras enquanto forma de controle social. Durante o primeiro governo Lula, o movimento procurou poupar a gestão federal de cobranças das promessas de reforma. Todavia, a partir do segundo governo e por conta de uma considerável guinada ideológica, inclusive com manifestações públicas de apreço por grandes latifundiários e declarações quanto a supostos “problemas de quem ainda é de esquerda aos sessenta anos”, o governo Lula passou a ser criticado pelo MST. O governo petista, que nos nossos sonhos buscaria promover a mudança do “status quo” brasileiro, está reproduzindo as condições de exploração e injustiça social.

Houve uma escolha do governo Lula: postar-se ao lado do grande capital em detrimento das massas trabalhadoras.
Para ver a fonte da imagem, clique aqui

O Povo e o Livro (FUNDEB II)


Paremos com a panacéia: FUNDEB, PDE e o atual quadro da educação brasileira – Parte II

Por Halem Souza

Antes de prosseguir nas observações que venho fazendo sobre a educação pública brasileira, vão aí duas notícias; uma mais antiga, outra, mais recente;

● No início deste ano, a ex-secretária de Educação da Inglaterra, Ruth Kelly, colocou numa “saia justa” o governo britânico, ao matricular seu filho em uma escola privada de nível elementar, ao invés de encaminhá-lo para a rede pública. O primeiro-ministro Tony Blair precisou se pronunciar, já que o ato de Ruth Kelly poderia significar que as autoridades britânicas não atestam a qualidade de seu sistema educação pública. A revista Época (nº 452, de 15/1/2007), que divulgou a matéria, entrevistou os quatro últimos ministros da Educação brasileiros para saber onde seus filhos estudam ou estudaram.
Os filhos de Paulo Renato Souza (da era FHC) e as filhas de Cristóvam Buarque (já no governo Lula) estudaram em escolas privadas. Tarso Genro(que ocupou a pasta e atualmente é Ministro da Justiça) não declarou nada, mas sua filha, Luciana Genro, estudou em escolas privadas e públicas. O atual ministro, Fernando Haddad, que tem dois filhos em idade escola, disse, por meio de sua assessoria, que não fala de sua vida pessoal...

● Na segunda semana do mês de abril, milhares de trabalhadores argentinos realizaram uma paralisação geral, de um dia, com manifestações de rua, protestando pela morte do professor Carlos Fuentealba, que lutava por melhores salários na província de Neuquén. Detalhe: os docentes em greve nesta província reivindicavam que seu salário fosse suficiente para pelo menos cobrir o valor de uma cesta básica, o dobro do que ganham em média (400 pesos ou R$ 262).

As notícias transparecem visões do que vem a ser o compromisso do Estado com a educação: de um lado, a concepção de que o sistema público deve ser confiável e de boa qualidade e de outro, o desprezo e o descaso com a edução pública, já que isso “é coisa de pobre”.

...............


No último dia 24 de abril, o governo Lula lançou definitivamente as bases de seu PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), com duração prevista até 2010. Também chamado de PAC da Educação – daqui a pouco, sai o PAC do PAC – o PDE tem 15 pontos básicos e depende, para ser implementado, de iniciativas de outros ministérios e órgãos do governo, além, é claro, do MEC (Ministério da Educação), como, por exemplo, criação de linhas de financiamento do BNDES para garantir transporte escolar e ampliação do programa Luz para Todos, para suprir 18 mil escolas com energia elétrica. Outras medidas do PDE, como por exemplo, a proposta do PSPN (Piso Salarial Profissional Nacional), de R$ 850, precisam passar pelo Congresso (e correm o risco de serem consideradas inconstitucionais!).

Lula afirmou que seu governo, caso seja alcançado tudo o que o PDE almeja, “entrará para a história” e que está promovendo “uma revolução na educação brasileira”. Não é bem assim.

Como escrevi anteriormente aqui (http://reacaocultural.blogspot.com/2007/03/halem-de-souza-comenta-o-fundeb.html ), as decisões tomadas pelo atual governo são necessárias e corretas. Os recursos estão garantidos aparentemente, com a criação do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e o PDE aponta ações concretas para o setor, sendo uma das mais importantes, a meu ver, a criação do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), aplicado aos municípios, e que servirá para saber quais deles necessitam de recursos e assistência técnica adicionais. Contudo, ainda que sejam adequadas como política educacional, tais iniciativas não são “revolucionárias”. E por quê?

Três são as razões:


1. Um piso nacional de 850 reais para profissionais do ensino, sem dúvida, corrigirá absurdos como salários abaixo de 200 reais, existentes em muitos municípios brasileiros. Segundo dados da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), 42% dos professores ganham menos de 600 reais por 40 horas de trabalho. Entretanto, pouco mais de 10% recebem algo em torno de R$ 1.000. Pergunto: por que alguém, após passar pelo ensino superior, se contentará em receber uma remuneração desse valor? Essa não é uma questão menor. A educação pública perde, ano a ano, seus melhores profissionais porque estes migram para outros setores mais rentáveis. E não é o secretário de educação, o ministro, o prefeito ou o governador que vão para as salas de aula. São agentes públicos, servidores que precisam ter as mínimas condições para manter sua dignidade profissional. Segundo dados do próprio MEC, o déficit de professores formados nas áreas de exatas e biologia está estimado em torno de 230 mil vagas! Simplesmente porque os salários não atraem esses profissionais, melhor remunerados na indústria ou empresas privadas. Revolução na educação com um piso de 850 reais até 2010? Onde?(Para informação: com mais de 10 anos de trabalho, recebo 718 reais mensais)
2. Só os muito ingênuos ou os que agem de má-fé acreditam que as condições sócio-econômicas em que vivem as famílias dos estudantes não influenciam no desempenho e na trajetória escolar destes. O chamado “capital cultural” (grosso modo: ter livros em casa, acesso à Internet, ter café da manhã todos os dias, viajar com freqüência, usufruir de bens culturais – teatro, cinema espetáculos musicais, não levar bala perdida na volta da escola, etc.) tem peso enorme na qualidade da educação. Com nossos atuais níveis de concentração de renda e nossas mal aparelhadas escolas* (dados do MEC, de 2003, mostram que apenas 22,87% delas possui bibliotecas; 8,62% têm laboratórios de informática e 4,76% possui laboratórios de ciência). Cadê “revolução”?
3. Países como o Japão, Coréia do Sul, Índia e Cuba tornaram-se exemplos no campo educacional porque o Estado e a sociedade colocaram-no como a prioridade das prioridades. E o que vemos aqui? Políticas educacionais instituídas através de “canetadas” de administradores públicos, como a “Escola Cidadã” de Porto Alegre, A “Escola Candanga” de Brasília, a “Escola Plural” em Belo Horizonte e congêneres, que disseminaram a praga da “aprovação automática” (que os políticos e tecnocratas da educação preferem chamar pelo eufemismo “progressão continuada”) e que reduzem a escola pública a um centro de entretenimento fajuto. Ah, sim, temos também ONG's que ensinam percussão, capoeira e dança de rua...Adoro dançar e me arrisco de vez em quando no pandeiro. Mas pergunto: isso é educação?

Paremos com a panacéia. A educação pública, para “salvar o país” (como gostam de alardear políticos e jornalistas mal informados), precisa de muito mais. Que tal - e abuso de ironia aqui, para quem não entender - tornar as famílias menos pobres primeiro?

*Preciso reconhecer: no PDE, há intenção de universalizar os laboratórios de informática e acesso a Internet nas escolas de 5ª a 8ª série até 2010.

ERRATA: Quando escrevi anteriormente que a CNTE diz que 10% dos professores ganham em torno de R$ 1.000 , leia-se "em torno ou acima de".

Coluna do Cássio


NÃO à Redução da Maioridade Penal

Por: Cássio Augusto
cassionl@yahoo.com.br


A violência, cada vez mais toma conta dos telejornais, e a sociedade, sempre consciente dos verdadeiros problemas da nação, cobra uma atitude enérgica, imediata e eficaz de nossos representantes. Assim, o assunto no momento é a redução da maioridade penal como solução para os nossos problemas.

No entanto, a condução acerca do tema tem sido feita de forma moralista e sensacionalista pelos veículos de comunicação. É claro que um fato bárbaro como o acontecido com o pequeno João Hélio nos deixa preocupados com o rumo que a sociedade está tomando, mas não podemos nos dar ao luxo de agir por impulsividade.

Antes de tratarmos do assunto, é importante deixar claro de que tipo de violência estamos falando. Como vivemos em uma sociedade pequeno burguesa, a violência é resumida à “pobre incomodar rico!”. Não se fala na violência moral da discriminação social e racial. Será que morar em um barraco ou mesmo viver com um salário de fome, enquanto poucos esbanjam os lucros não é violência? Ainda, será que vender sentenças, superfaturar obras e contratar parentes para cargos públicos também não é? Mas este é o tipo de discussão que a elite não quer participar.

A violência, antes de ser um problema jurídico, é um problema sociológico, e deve ser combatido com programas sociais e não apenas com a simples edição de leis. Afinal, já temos leis demais: é proibido agredir o meio ambiente, funciona? A venda/consumo de drogas é proibida, funciona? É proibido matar, funciona? Existem as leis em defesa do consumidor e do trabalhador, funcionam? Isso sem falar nas garantias constitucionais elencadas no artigo 5º da CF.

A Lei não precisa ser mudada, precisa sim ser aplicada. Um adolescente que é pego cometendo um crime é encaminhado à justiça, responde processo e tem sentença, mas a legislação, acertadamente entender que o mesmo não é um criminoso em potencial, mas sim um simples jovem que deve ser melhor orientado, por isso que a maioria das penas contra menores versam sobre Serviços à Comunidade. Mas os mais perigosos podem ficar presos por até três anos, o que diga-se, é um tempo muito maior que um adulto, pois este pode ser beneficiado com a Progressão de Regime, já o jovem não. Mas nossa justiça é falha, os policiais são mal pagos e muito mal equipados, o judiciário é lento, poucos funcionários e poucos juízes.

Simplesmente jogar nossos adolescentes para dentro das cadeias é fugir do problema. Aliás, esta é uma idéia muito simplista. Você, caro leitor, já entrou em uma cadeia? Não venha me dizer que sabe o que eu quero dizer só porque viu uma pela TV. As cadeias do Brasil mais se parecem com chiqueiros, completamente sujos, sem ventilação, sem higiene, com um odor terrível e claro, superlotadas, ou seja, sem o mínimo de condições dignas para a sobrevivência humana. Será que este é o local ideal para recuperarmos nossos jovens?

A função da prisão, além de retirar do convívio social aqueles que não cumprem as regras pré-estabelecidas, é recupera-lo para que possa voltar ao convívio social. Acontece que o sistema carcerário está falido, tomemos como exemplo o caso do bandido da Luz Vermelha, que depois de trinta anos preso não conseguiu voltar ao convívio em sociedade e acabou morto. Já avançamos muito desde Beccaria e os filósofos do Iluminismo e mais recentemente com as Penas Alternativas, não podemos retroceder no tempo e voltar à barbárie. Não podemos confundir justiça com vingança!

Há algum tempo atrás, um índio foi brutalmente assassinado em Brasília, quatro adolescentes atearam fogo no mesmo que dormia em um ponto de ônibus, mas como eram “filhinhos de papai” ninguém levantou a bandeira da redução da maioridade penal, aliás, foi só mais um índio morto, de tantos que já matamos em nossa história, que diferença faz?

Todos os dias, milhares de crianças dormem nas ruas, outras muitas são exploradas nos sinais, e quantas não são estupradas e mesmo assassinadas nas periferias? Mas não passam de mais um número de estatística. Agora, quando a violência bate à porta da classe média, aí os defensores “da família, da moral, da tradição e da propriedade” organizam-se para reivindicar uma atitude do Estado.

O que exigir de um adolescente que não possui família e escola, e que cresce sem perspectivas de um futuro descente? Ele não é culpado, mas sim mais uma vítima. Como querer que uma pessoa que está à margem da sociedade cumpra as regras estabelecidas por esta mesma sociedade? Regras aliás que servem apenas para garantir a sobrevivência do Apartheid Social, poucos com muito e muitos com pouco.

Vivemos na sociedade do consumo e da individualidade, somos bombardeados diariamente com diversas propagandas de produtos que não precisamos, mas sempre queremos comprar. Vemos na TV as enchentes, a seca, a fome, os tiroteios, mas depois vem a novela para nos deixar mais tranqüilos, desligamos a TV e vamos dormir.

Hipócritas são aqueles que se dizem contra a corrupção, mas sempre oferecem um “por fora” ao guarda de transito para “escaparem” da multa. Empunharei a bandeira da redução da maioridade penal, desde que os “crimes de colarinho branco” sejam severamente punidos, afinal, estes sim são os verdadeiros bandidos, pois tiveram educação e escolheram o crime como forma de vida, e não o contrário, quando o crime escolhe o adolescente.

Outro problema é a família, já há muito desestruturada. Antes de se punir um adolescente que não conhece o pai e muitas vezes têm irmãos de pais diferentes, é preciso punir os adultos que geraram estas crianças, afinal, fazer filho é fácil, mas cuidar e dar educação é que é o complicado. Os pais destes adolescentes são os principais culpados.

“_Ah! Mas você fala assim porque não teve ninguém da sua família vítima de um adolescente marginal”, bradam os moralistas. Justamente porque não tive é que defendo a não redução, afinal, quero uma solução para o problema, e não apenas varre-lo para debaixo do tapete. “_Mas quem de nós disse que é a solução?” Hipócritas! Estão finalmente admitindo que não querem uma solução. Mas porque não a querem?

É simples, a solução para o problema está na distribuição de renda, de riquezas, de oportunidades, de propriedades. Queremos realmente uma sociedade menos violenta? Então é este o debate que temos de promover: como diminuir a desigualdade social.

Mas será que a grande mídia está interessada neste debate? Com toda a certeza, não! Afinal, quem são os grandes grupos detentores dos veículos de comunicação senão aqueles detentores do capital financeiro e das grandes propriedades? Este debate não os interessa. Quem se lembra do assassinato brutal da jovem atriz global Daniela Peres? Na época a Globo fez imensa campanha pelos crimes hediondos, como a solução para a diminuição da violência. Pena que tal lei não resolveu a questão.

É assim que tratam com o povo. Para apaziguar os ânimos, de tempos em tempos inventam-se fórmulas milagrosas, no calor do momento, mas que no decorrer dos anos mostram-se insuficientes.

Por fim, não podemos ser fantoches deste debate pobre e simplista que visa tão somente a condenar ainda mais à marginalidade aqueles já estão excluídos, numa visível tentativa de fugir do verdadeiro problema. Precisamos discutir um novo “contrato social”, um novo Estado. A Redução da Maioridade Penal está longe de ser a solução. Mas como diria a professora Anita Helena Schlesener da UFPR, ao comentar sobre o pensamento de Gramsci: “enfrentar a formidável e bem organizada estrutura ideológica da classe dominante é tarefa difícil e nem sempre fadada ao sucesso”.

“Só os tolos temem o crime. Devemos temer a pobreza” – Bernard Shaw

“Quem está fora do quadro social não tarda a estar fora do quadro legal” – Gabriel Tarde

“Um vagabundo pobre é um vagabundo, um vagabundo rico é um rico” – Afrânio Peixoto

Cássio também escreve em seu Blog, clique aqui e confira!
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Trechos de nossa mídia independente

De Leneide Duarte Plon

(Nota da Redação: O Montbläat possui uma perspectiva especial de todos os assuntos imagináveis, e eu confesso que poucos me seduzem tanto. Pelos assuntos abordados e pela forma sincera com que são abordados tanto por Fritz Utzeri como por todos os correspondentes, eu sempre os parabenizo. A seguir, um trecho da jornalista diretamente de Paris, que merece ser lido na íntegra. Ela testemunha de pertinho as atuais eleições francesas, que parecem significar mais do que uma mera eleição francesa.)

“Depois de publicarem há mais de um mês no jornal Libération o texto intitulado ‘Vencer Sarkozy’ em que convocam os eleitores de esquerda ao voto útil em Ségolène Royal logo no primeiro turno, evitando a tentação de um voto de protesto em um dos candidatos trotskistas ou na candidata comunista, um grupo de intelectuais de peso divulgou ontem (quinta-feira) no Libération um novo manifesto intitulado ‘Assumir nossa responsabilidade histórica no dia 22 de abril’”.


“Nele, sociólogos, filósofos, psicanalistas, escritores e historiadores declaram que ‘uma nova derrota eleitoral da esquerda seria sinônimo de graves ameaças contra as liberdades fundamentais e a independência da justiça, regressão para a pesquisa e asfixia para a criação artística, além da domesticação da informação.’”


“Nunca numa eleição francesa o candidato da direita foi visto como uma ‘ameaça contra as liberdades fundamentais.’


A hora é grave.”

Montbläät - ANO III - Nº.233-234


(Leiam o Montbläat!
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Prof Toni - Eles Dizem, Nós Dizemos


Cangaço no século 21

Como toda infecção que se alastra sem encontrar anticorpos que lhe dêem combate, o Movimento dos Sem-Terra (MST) e assemelhados a cada novo dia de operações vão se superando. O grau de brutalidade de suas ações aumenta na razão direta da falta de vontade dos Poderes Públicos de fazer respeitar a lei e a ordem, de enfrentar esses fora-da-lei que cada vez mais escarnecem dos direitos alheios, das autoridades constituídas, da produção e do trabalho.

E os 35 trabalhadoares e líderes rurais mortos em 2006? Foram “suicidados”, tal qual o foi Wladimir Herzog pela ditadura? E os matadores da irmã Doroty Stang? E os assassinos de Chico Mendes? Quer dizer então que o MST é o bruto?

Em continuidade à sua megaoperação do “abril vermelho”, cerca de 150 militantes emessetistas invadiram segunda-feira a Fazenda São Francisco, em Mirante do Paranapanema. Brandindo foices e facões, “eles cortaram a cerca e foram ameaçando os funcionários” - como relatou o proprietário da fazenda. Essa fazenda, de 700 hectares, possui rebanho bovino de leite e corte e é produtiva, tanto que seu proprietário dela tira mais de 300 litros de leite por dia. Mas considerando-a de “terras devolutas”, os líderes do MST cortaram a cerca, misturaram 1.500 cabeças de gado e impediram os funcionários de ordenhar e alimentar os rebanhos.

Realmente foices e facões são armas ameaçadoras, principalmente para aqueles que vivem na tranqüilidade do ar condicionado e do carro blindado! Não sei se é o caso desta fazenda, mas na região as terras foram griladas em larga escala. Não é o MST que diz, mas sim o ITESP, que está sob controle tucano já faz 12 anos, pelo menos.

Em Presidente Bernardes, militantes do MST foram acusados de furtos pelo proprietário da Fazenda São Luiz, durante a desocupação da área. A fazenda fora invadida na semana passada pela nona vez e a Justiça determinara a desocupação, ocorrida no fim de semana. E foi então que 300 militantes emessetistas fizeram verdadeiro “arrastão”, levando bomba de poço artesiano, reservatório de água, caixas de energia elétrica e a fiação das casas dos funcionários - além de destruírem 5 quilômetros de cerca, levarem o arame e matarem 3 bois. “Não é movimento social, mas um bando de vândalos. Fizeram uma destruição desnecessária, o que prova que a última preocupação deles é a reforma agrária” - constatou o proprietário.

Então eles fazem isso por pura diversão? Ou terá sido um alerta para o governo Lula sobre o descaso para com a questão agrária? E as 1.400 famílias que o governo Covas prometeu assentar? Alckmin reforçou a promessa, mas ficou na promessa, menos, é claro, para o OPUS DEI, esse recebeu seu quinhão de terras, aliás, sem contestação alguma por parte dos fazendeiros paulistas.

A Fazenda Lagoão, em Itapura, no interior de São Paulo, com 1,7 mil hectares e 2,1 mil cabeças de gado, foi invadida duas vezes em três dias e passou a ser “administrada” por militantes do MST. Primeiro chegaram 102 famílias, depois 200. Seus líderes proibiram o administrador e funcionários da propriedade de realizar seus trabalhos e assumiram as tarefas. Por um tempo mantiveram os funcionários fechados nas casas, depois os liberaram para trabalhar, mas apenas acompanhados de militantes do MST. Usando ferramentas agrícolas e dois tratores trazidos pelo movimento, os invasores destruíram três hectares de plantação de capim-colonião que, a partir de maio, serviria de pasto para o gado. E isso porque o ex-padre sueco Renée Parrem, que comandou a invasão (ah se cometesse tal vandalismo em seu país de origem!), acha que “o capim serve apenas para latifundiários criarem gado e agora vai dar lugar a alimentos”.

Por que o ex-padre cometeria tal desatino em seu país? Lá existem trabalhadores vagando por terra semeada com capim? Terra improdutiva? Mais de 10% de desempregados nas cidades? Desamparo, violência, educação pública caindo aos pedaços?

No Pará, cerca de 500 fazendeiros e seus empregados, nas cidades de Parauapebas e Curionópolis, cobraram do governo, segunda-feira, o cumprimento de nada menos que 127 mandados de reintegração de posse expedidos pela Justiça estadual há mais de dois anos. Trata-se de fazendas invadidas por vários movimentos ditos “sociais”, incluindo MST, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e sindicatos de lavradores. Aí, realmente, assusta a absoluta incapacidade de o Poder Judiciário local fazer respeitar a lei. Mais de dois anos sem cumprir mandados judiciais significa impotência total da Justiça - e desprezo total à lei.

É verdade! O tal poder judiciário não consegue prender e julgar confessos assassinos! Claro, deve ter sido em legítima defesa, pois afinal aquela enorme freira, ianque, diga-se de passagem, estava armada de um perigoso crucifixo quando foi cravejada de balas. Tenho certeza de que estes mandatos serão cumpridos com eficiência, em breve, mas não tenho a mesma certeza de que os assassinos de irmã Doroty Stang e dos demais que tombaram defendendo os sem-terra receberão a mão pesada da justiça, esta é reservada aos pobres, pretos e putas apenas!

Nesta terça-feira outros movimentos de sem-terra ocuparam o Porto de Maceió. Seria fastidioso enumerar todas as operações praticadas por esses bandos na grande promoção anual do “abril vermelho”. Invasões e depredações de sedes de fazendas produtivas, destruição de cercas e de plantações, colocação de funcionários em cárcere privado ou os submetendo a extrema coação, ocupação de prédios públicos e sedes de instituições, como o Incra, saques de cargas e de praças de pedágio - quando não depredação destas - e violências correlatas impõem a pergunta óbvia: até onde chegarão? Que mais precisarão fazer para desmoralizar de vez todas as instituições do País, além das ações de puro cangaço que praticam em pleno século 21?

Pobre desta burguesia quatrocentona falida! Eles têm mais é que torcer para o governo Lula conseguir apaziguar os pobres, seja com bolsa-família ou quaisquer outras quinquilharias, senão eles vão exigir os dedos, não só os anéis.
Não curto as ações violentas, somente pela violência, mas temos que olhar para os milhões de brasileiros sedentos de terra para produzir, enquanto assistimos a uma violenta e covarde concentração fundiária.
Na sua sede de manipulação transformam todos os adjetivos sem-terra em substantivos, levando a confusão ideologia e a desinformação generalizada.
Pobres deles se o MST ou os deserdados do campo resolverem se armar!


Fonte: O Estado de São Paulo – 27/4/07 – Notas e Informações

Tirinha do Venâncio


Charge de Venâncio

Sem Palavras...


CLAQUE-TE


Dossiê: Diretores (II)

M. Night Shyamalan:

Quando o sobrenatural convive diariamente conosco.
Por Roberto Queiroz


Crianças paranormais que ouvem vozes do além, seres humanos indestrutíveis e frágeis, sinais de outro mundo marcando extensas plantações, extraterrestres, criaturas assombrando um vilarejo, uma ninfa presa na piscina de um condomínio residencial? O sobrenatural existe de fato ou trata-se apenas de uma maneira que nós encontramos de tornar nossas existências mais célebres e emocionantes? O que pode provocar num diretor de cinema o desejo de criar mundos fantásticos, repletos de enigmas e indivíduos inusitados?

Quando o cineasta indiano M. Night Shyamalan surgiu no cenário hollywoodiano – inicialmente comparado ao diretor Steven Spielberg -, logo de cara pensamos estar diante de mais um fazedor de filmes cuja única meta era desfilar rios e mais rios de efeitos especiais através de narrativas fabulosas. Com o passar dos anos, entretanto, o que se viu foi um diretor muito mais preocupado em mostrar que a questão da sobrenaturalidade é muito menos fantástica do que aparenta em sua gênese. Seu primeiro filme (bastante promissor, aliás), o suspense O Sexto Sentido nos traz a relação da perda da infância – por conta de um menino que se comunica com os mortos e por isso é descartado do convívio das outras crianças – e o dilema de um psicólogo (vivido pelo ator Bruce Willis) para encarar o fato de que não se encontra mais nesse plano astral. Logo a seguir, o mesmo Willis, dessa vez na pele de um homem que ao longo de toda a sua vida nunca se feriu ou sofreu qualquer tipo de acidente, enfrenta um macabro Samuel L. Jackson, admirador de quadrinhos e um indivíduo de ossos frágeis, que sempre procurou alguém que fosse o oposto dele (criando assim grandes tragédias na vã expectativa de encontrá-lo) na produção Corpo Fechado.

Em Sinais, para mim seu filme mais fraco, o ex-padre Mel Gibson e o jogador de futebol Joaquim Phoenix (cuja carreira foi interrompida prematuramente) enfrentam seres alienígenas numa fazenda do interior americano. Seu filme seguinte, o ótimo A Vila, narra a história de um grupo de pessoas que para fugir da violência das grandes metrópoles decide se refugiar num vilarejo totalmente isolado (e, para manter as gerações seguintes presas também aquela realidade, criam histórias e monstros que os perseguirão caso queiram fugir do lugar) e, finalmente, no recente A Dama na Água, o zelador vivido por Paul Giamatti tem a sua rotina de trabalho modificada quando descobre que uma ninfa está vivendo escondida na piscina do condomínio onde trabalha, fugindo de criaturas horrendas que querem levá-la para um mundo de trevas.

Como se pode ver claramente, o que seria sobrenatural, irreal ou fora de série nas produções de Shyamalan, é sempre realizado com base em artimanhas e criações do cotidiano, figuras/pessoas que podemos muitas vezes ver passeando pelas ruas diariamente (o padre, o menino rejeitado, o marido que perdeu a esposa e tem dificuldade para seguir a vida em frente, etc) que ditam o ritmo dos roteiros de seus filmes. São eles que determinam quando o sobrenatural irá surgir ou não.

O que o diretor faz recorrentemente em sua obra é indagar a respeito de situações que não têm nada de extraordinárias em si (nós é que ficamos alucinados por vê-las superestimadas, idolatradas, fora do âmbito do normal, interpretadas por criaturas imaginárias, pois só assim nos consideraremos figuras especiais, importantes). Seu próximo projeto – intitulado previamente The Green Effect – ainda é um mistério. Sabe-se que trata do aquecimento global e suas conseqüências para a humanidade (ou algo do tipo). No entanto, o que eu posso adiantar é que, com certeza, deverá haver um peso moral e humano muito forte nessa nova produção (como não seria diferente do estilo do diretor). Afinal, existe algo mais fora do normal e mais além da compreensão humana do que o próprio ser humano?

Vênus Contra-Ataca (Caiê)


(Este texto foi escrito na semana anterior ao referendo e protesta contra a campanha que estava a ser feita pela Igreja Católica. Não é mais actual. O aborto segue rigorosamente proibido no país, salvo nos casos de risco, aos quais o Estado confere exceções.)

OS GENEROSOS AVISOS DA SANTA MADRE

Sou contra proselitismos. Sou contra marketing disfarçado. Detesto que me inculquem coisas, sejam essas coisas ideias, conselhos (oh, as generosas pessoas que dão conselhos de graça!...), a margarina ou o detergente em promoção do hiper, a roupinha da moda ou qualquer política de opressão. Deixem-me pensar e agir por mim. Obrigada pela mãozinha, mas já sei que vem aí um braço agarrado.

Há semanas (repito, semanas!) que venho recebendo no correio uns papelinhos que me avisam - e este é o termo certo! - para votar "não" a 11 de Fevereiro, na questão da despenalização da IVG.
Apelam ao catolicismo (sabem lá se sou católica ou não...), ao desrespeito que é terem marcado o referendo para o dia de Nossa Senhora de Lourdes (sempre muito comemorado em Portugal, como sabemos; quem não vai em peregrinação daqui até Lourdes, França, ponha a mão no ar... bem me parecia!), aos 90 anos da aparição da Virgem que é a nossa mãe celestial e chora verdadeiramente por estes abortos que estas senhoras vão todas fazer quando as famílias fizerem este atentado brutal e cobarde contra os inocentes, relembram que a Virgem disse que "em Portugal conservar-se-á sempre o Dogma da Fé" (lá que os outros países e outras fés caiam no Inferno não interessa aos santos... Portugal católico, sublinho católico porque há outras realidades dentro de Portugal que são esquecidas, está a salvo e sob a protecção da Virgem, enquanto não abortar indefesos!).

Este papel avisa-me que, para não decepcionar a minha "Mãe do Céu", devo também comprar um terçozinho, o Terço da Vida, para rezar ao menos uma vez antes do referendo e participar na grande súplica nacional a Nssa. Sra. de Fátima (de repente, já não é a de Lourdes, dando-se aqui uma elegante metamorfose para o produto nacional).

Muito me surpreendia se não se fizessem uns dinheiritos à custa disto... Realmente, a compra do Terçozinho da Vida vem a calhar. E, ainda, o livrinho ilustrado "O Rosário da Vida", tudo para que não mais se ouçam os gemidos dos inocentes por nascer e não mais corram as lágrimas da Virgem.

Claro que todos temos direito à nossa opinião. Martelá-la na cabeça dos outros é que já me parece absolutamente desnecessário. Ameaçá-los com o fogo eterno, dizendo-lhes que serão excomungados se votarem "sim", é abusar do poder eclesiástico e aproveitar-se do medo de alguns. Já nem falo da restrição de liberdade que tudo isto é.

Quanto à venda final, expressa no papelinho, não é de espantar... A partir do momento em que as Igrejas mais bonitas deste mundo passaram a vender postaizinhos, cruzes e imagens dentro do próprio local de culto, incomodando a genuína fé de quem reza com a seringada de turistas a tilintar o dinheiro, passámos a um curioso espectáculo: nenhum(a) catequista pode explicar, hoje em dia, a uma criança o episódio de expulsão dos vendilhões do Templo por Jesus Cristo, já que a Igreja Católica chamou para dentro de portas os vendilhões e abençoou-os.

Os papelinhos que me metem no Correio têm, em mim, o efeito contrário. Se eu já era pelo "sim", por todas as razões e mais alguma, hoje sou-o ainda mais.

Sexo Delicado


Educação Sexual

Educação Sexual faz parte de um dos temas transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. É um tema polêmico que envolve muitas questões de foro íntimo, mas o papel da escola é o de informar, debater, orientar e esclarecer dúvidas sobre a Aids, métodos contraceptivos, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e a descoberta do próprio corpo e da sexualidade são questões a serem abordadas em sala de aula. Mas a realidade que se vê hoje em dia é completamente diferente. Sou uma educadora, trabalho com Educação há 7 anos, funcionária de uma escola pública municipal de São Paulo, e infelizmente conheço várias escolas em que o tema “Sexualidade” não é nem mencionado em reuniões para decidir o currículo escolar.
Usar termos técnicos para dizer sobre a Educação Brasileira não é meu objetivo nesse texto. O que gostaria de chamar a atenção é para a junção – Educação X Sexo, que é o que sempre me questiono. Qual a funcionabilidade de uma Educação Sexual ou Orientação Sexual? Posso dizer da minha experiência quando adolescente, que meus pais eram pessoas simples, de pouca instrução e muito preconceito. O assunto sexo nunca foi abordado nem em pensamento, e cresci sem ter as noções básicas do que seria o sexo, da importância de conhecer meu corpo e etc... O que me auxiliou foram as palestras assistidas na escola, sobre DST´s – que esclareceram, mas que em contrapartida deixaram marcas de medo, como se o sexo fosse só um portal para doenças venéreas. Eu cresci, li muito a respeito e me descobri como mulher, detentora de uma sexualidade latente, mas e aí? Como toda essa experiência pode ser avaliada na educação sexual, e me refiro principalmente na que é produzida pela escola. Na Unidade Escolar que trabalho o tema não é proposto para projetos e afins, trabalha-se disciplina, conhecimentos gerais, ecologia mas a sexualidade não.
Em alguns cursos que fiz ao longo da minha experiência como educadora, o que mais me deixou impressionada, foi o sobre a erotização da criança pela mídia, por quê se a escola não informa a TV deforma. E falo isso com conhecimento de causa, vemos as crianças em tenra idade, principalmente as meninas, vestidas de uma forma vulgar, dançando e gesticulando sensualidade que é passada por grupos musicais. Em crescendo com essa característica, muito provavelmente queimará etapas do amadurecimento, iniciando a vida sexual de uma forma abrupta, o que resultará numa classe de 8ª série com 10 alunas entre 13 e 15 anos grávidas de seus namorados. E aí a situação vira meio que uma bola de neve, que envolverá aumento populacional, falta de estrutura psicológica para acompanhar essas jovens mães, o que no futuro gerará mais falta de conhecimento e informação.
A escola deveria ser um meio de abertura para essas questões comportamentais. Não há como educar alguém sexualmente, há como orientar, esclarecer, informar, o que a pessoa irá fazer com sua sexualidade é um problema pessoal dela, mas a forma como esse processo se dá pode e deve ser explicitado pela educação.

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