Sunday, November 12, 2006

Index Quinta Quinzena

1 – Leia o editorial para saber o quê sim, o quê não e o que talvez no Reação

2 – Mais uma crônica violenta de Silvio Vasconcelos. Clique aqui, mas tome cuidado, não viemos em paz

3 – Desencontros tecnológicos ou fúria romântica no Canto de Nana? Descubra, clicando aqui

4 – Filósofo Vinícius discursa a respeito da vitória de Lula e seu segundo mandato. Leia mais, clicando aqui

5 – Camila Canali Doval volta a contra-atacar com nossa coluna venusiana, e desta vez, com toda violência que nos cabe. Sinta o calor de sua prosa, clicando aqui

6 – João Vitor enviou um poema ao canto dos versos! Clique aqui e aproveite

7 – Cristina Bondezan, nossa arquiteta de plantão, fala sobre as favelas, sua origem, suas verdades. Saiba mais, clicando aquí

8 – Roberto de Queiróz está de volta com mais um texto de sua coluna CLAQUE-TE! Desta vez, fala a respeito do cinema, quanto se auto-homenageia. Leia sua crítica mordaz, clicando aquí

9 – Luciano Piccazio, do blogue Arte Free, escreve sobre a Nova MPB, sua chegada no mercado e a atitude artística ao seu redor. Vale a pena conferir, clicando aqui

Editorial Quinta Quinzena


Esta edição está violenta. Ao menos esse foi o tema principal
proposto aos colaboradores do Reação, em via de mudanças e
transcendências. Uma delas é a que eu disse a uma amiga querida: O
‘marketing’ das dificuldades técnicas que venho enfrentando com
este sítio acabou servindo para atrair uma simpatia maior, e um
estímulo a encontrar cartunistas e acelerar o desenvolvimento do
periódico. Isso também é violência, amigos e amigas reacionárias. A
violência pode ser tanática, de Thanatos, Deus da Morte grego, ou
erótica, de Eros, o Deus do Amor. Pode ser usada para construir e
para destruir. O processo de construção de uma idéia, de uma opinião
suficientemente forte para causar uma equivalente reação, física,
intelectual e emocional, é violento.

Com a vitória de Lula no Brasil, de Ortega na Nicarágua, o
governo de Raul Castro bem sucedendo, por enquanto, o de Fidel;
Coréia do Norte em fluxo de crescimento, a China, então, nem preciso
mencionar, e nos Estados Unidos, o eterno retorno da bipolaridade se
re-balanceia (se é que existe semelhante palavra) com o reingresso
do Partido Democrata à maioria e chefia do Congresso e Senado, com o
maior número de estados governados e representados pelo partido que
eu gosto de chamar de ‘direita canhota’; são todos indicadores de mais uma reviravolta temporal às vésperas de sua inevitável explosão. No blogue do BrTv (clique
aqui para ler o artigo e os comentários) recebi um comentário um
tanto quanto ‘ofendido’ por minha postura no que diz respeito às
eleições do país onde vivo, pago impostos e estudo, contribuindo
civilizadamente à sua produtividade. Respondi como pude, e sempre me
prolongando em demasia, tratando de abordar a questão do modo mais
geral possível, sem me perder em detalhes. Não é fácil, mas talvez a
questão seja até existencial, se pararem para pensar comigo:

A violência faz parte de nossas vidas de um modo tão arraigado que
não percebemos as maiores atrocidades, e não as perceberíamos se
estivessem acontecendo debaixo de nossos narizes. Um escritor
estadunidense descreve a frieza de trinta e sete moradores de um
edifício em um subúrbio Norte-Americano, que testemunharam um
assassinato atentado durante meia hora. Somente o trigésimo oitavo
cidadão ousou chamar a polícia, tarde demais. A vítima, uma moça em
seus anos vinte, foi abordada pelo assassino três vezes nesse
intervalo suficientemente longo para que o Exército invadisse aquela
vizinhança, caso a prontidão das testemunhas não sucumbisse à frieza
causada pelo medo nosso de cada dia. Cada vez que alguém acendia a
luz em seu apartamento, o assassino procurava refúgio na escuridão,
mas os moradores do edifício queriam capturar melhor a imagem, e
para tal efeito, apagaram consecutivamente as suas luzes. A moça
gritou, chorou, implorou, esperneou e, finalmente, deu seus últimos
suspiros aos olhos de casais e solteiros amedrontados demais para
tomar uma atitude.

No Brasil, muitos estão tão habituados aos assaltos e seqüestros-relâmpago, que quando esses ocorrem já não se tornam eventos, mas
rotineiros acontecimentos. O costume é tanto, que a vida acaba
perdendo, lentamente, o seu valor.

Em nome de coisas e bagulhos,
protocolos e números e atitudes covardes, bilhões, trilhões de
dólares são gastos anualmente com a indústria bélica. Nas ruas, as
pessoas continuam precisando de melhores empregos, melhores
oportunidades, melhor educação, melhor saúde pública, mas entre os
senadores eleitos em todas as partes do planeta, ainda há corruptos de grande porte, famigerados e
mesmo assim eleitos, e a população universal cada vez mais se divide, de
norte a sul, entre quem pensa que pensa certo e quem pensa que o
outro não pensa.

No Oriente Médio, Israel continua persuadindo o mundo de sua
similaridade aos Estados Unidos e sua história sangrenta.
Infelizmente, isso continua, como entre os vizinhos iraquianos, não
ajudando ninguém. Nem a nós, cá do outro lado do hemisfério, nem a
eles, lá do outro lado da grande muralha, que mesmo depois de
batalhas de palestinos com advogados israelenses, continuam separando
vilas árabes e suas famílias. Muralha perfeita, como a muralha de
pessoas como eu, privilegiadas a uma casa, com um quintal e uma
varanda, perfeitamente protegidos da miséria e da pobreza que assola
o mundo, e assola não só sudaneses em Darfur, norte-africanos e
latinos, brasileiros e haitianos e cubanos, mas também a meus
vizinhos estadunidenses, que muitas vezes assinam um contrato com
Papai Exército e Mamãe Forças Armadas para que não sejam os
‘cucarachas’ que Henfil, em belle époque, se considerou.

Pois, mesmo que nem todos os textos desta quinzena tratem desse
tema, é a violência que nos rodeia, que nos circunda, que nos
cerceia. E o que devemos fazer, como sempre, é reagir. Reagir
abrindo os olhos, para começar, considerando e pesando nosso dever
nesta sociedade. Debatendo, errando, lendo tudo o que possível for
com olhos críticos. Pensar já é um começo. Existencialmente,
precisamos decidir se nos perdemos em milhões de nomes e detalhes,
ou se decidimos de uma vez por todas que nada justifica uma guerra,
nada justifica a violência e algo há de muito patológico e
disfuncional em uma sociedade tão alheia a essa realidade. Pimenta
no olho do outro é refresco, não é mesmo? Que tal começar a expandir
os horizontes e sentir o que não nos arde, ainda, antes que seja
tão tarde quanto foi para a moça assassinada em uma vizinhança
qualquer de um subúrbio estadunidense...

(Contamos com a presença de Silvio Vasconcelos, Cristina Bondezan,
Filósofo Vinicius, Camila Canali Doval, Roberto de Queiróz. Luciano Picazzio e João Vítor, com seus poemas, para esta quinta
quinzena, cacoete verbal. E, olhem só, João Vítor é cartunista e
ainda há de contribuir para o Reação neste estilo que tanto procuramos! Também queremos engajar o leitor mais, fale conosco, diga o que acha que poderiamos fazer com este sítio e vamos ver se colocamos na prática. Edinéia Isidoro, nossa
colaboradora assídua para assuntos indigenas, também ofereceu apoio
e carinho, o que sempre é tudo de bom, e no geral, consegui o que
queria com este ‘marketing’ negativo, afinal, a atenção para tentar
socializar este periódico o máximo possível. Até a próxima
quinzena!)

Abrax,

Roy Frenkiel
O Editor que não edita

Silvio Vasconcelos




Fronteiras da Miséria

Por Silvio Vasconcelos

Você, em sua casa, tal qual um nobre em seu castelo, se cerca de grades, alarmes e trancas. Quer deixar de fora o que lhe afronta, o que lhe amedronta, o que lhe tira o sono. No seu bairro, ajardinado e limpo, desconfia de todos que nele cruzam, até do gari que ali trabalha e do catador que “limpa” o seu lixo.

O Brasil vasculha, em porões de navios que passaram pela África, os desterrados de hoje e encontra, em galpões imundos, pobres bolivianos e paraguaios, trancafiados feito bichos, presos a dívidas, sem documentos e sem honra, trabalhando para seus donos por um prato imundo de comida.

Na fronteira entre os ricos do norte e os miseráveis do sul, como uma arquibancada prestes a ruir, hordas anônimas esperam o momento de invadir o “american way fo live”. Pelos rios, desertos e pelo mar, em barcos, caminhões ou qualquer coisa que flutue, latinos invadem o reino do Tio Sam, para trabalhar por algumas verdinhas indecentes, em serviços que os próprios americanos se recusam a operar.

Na Europa, penitenciárias em aeroportos na Holanda e hotéis na França, ardem com carvão humano, em fogueiras nazistas. Povos vindos da África para servir a nobreza mofada, ou vindos da velha cortina enferrujada, fugindo da falência de um sonho comunista.

E você, através do olho mágico de sua porta trancafiada por ferrolhos e aparatos eletrônicos, se julga protegido. Vã ilusão...

Entre Aids, guerrilhas, porões e galpões, a miséria se multiplica sem que ninguém faça nada e mais cedo ou mais tarde, não haverá fronteiras. Em busca da água, alimento e de um futuro digno, tudo ruirá. Se ficarmos assistindo, ignorantes em nossos castelos de areia, assistiremos a queda dessa civilização do medo, onde a escravidão só mudou de ares; onde milhões de pessoas se submetem a uma vida miserável, enquanto uma minoria engorda, de tanto comer o que não digere, para depois gastar seu dinheiro para restaurar a falácia juvenil que vende cosméticos, dietéticos e cirurgias milagrosas que não corrige a flacidez de suas almas.

Sílvio Vasconcellos, 44 anos, vive em Novo Hamburgo RS, Brasil e é administrador de empresas. Desde 2005 mantém dois blogs na Internet: Uni-verso In-verso e Contos & Encontros onde exprime sensações poéticas e textos que exploram os limites do ser humano, experimentando sentimentos em primeira pessoa ou descrevendo como um espião o desenrolar de seus personagens.

Canto de Nana

TECNOPLATRÔNICO AMOR

Por Nana de Freitas


“Zé? Sou eu, Nina. Cê tá aí? Hum... Lembra de mim? Me mudei nesta semana e acabaram de instalar meu telefone: 3344-5579. Queria muito te ver de novo... Me liga? Beijo”.

O aparelho telefônico wireless ZTW 5000 ativou pela primeira vez a secretária eletrônica acoplada com gravação digital de recados, marcou o número no identificador de chamadas Plus 470 – novidade que a fábrica estreava no modelo – e acendeu o número 01 em seu mostrador digital. O número 01 acusava que o talentoso advogado que gastou no comunicador o equivalente a quatro fogões, de seis bocas cada um, não havia sido encontrado.

O headset de apenas 23 gramas teria sido automaticamente ativado se o destinatário da chamada telefônica estivesse a até 90 metros de distância do console. Para isso, no entanto, José Maurício precisaria estar em casa e ter ativado, por comando de voz, o pequenino acessório. Não estava. Tinha ido à padaria comprar mais cigarros, pois que incinerou um maço inteiro à espera da ligação de Nina. A chuva desanimava, mas a mucosa bucal já ardia, castigada pelas mordidas que acusavam fase oral mal resolvida. Precisava de nicotina. Precisamente, 0,7 miligramas naquele momento.

Na volta, passo apertado, o estouro de um transformador fez desprender-se dos lábios o cigarro que ele insistia em proteger dos pingos. Susto. Temendo prejuízo a seu ZTW 5000 recém-instalado, Zé galgou de quatro em quatro os degraus da escada, chegou à porta sem fôlego, entrou e conferiu: 00. O apagão que durou um piscar de olhos aniquilou cada um dos 27 segundos da mensagem de Nina e fez sumir sem piedade o ponto que encerrava cinco horas de longa espera. “Ufa! Pelo menos tenho a certeza de que ela não ligou enquanto eu fui lá”, pensou o Zé, satisfeito com a cumplicidade do ZTW 5000. “Tecnologia é tudo!”.

“Ativar headset”, falou, ainda ofegante pela pressa às escadas. Pegou o bagulho, pendurou na orelha, foi à procura do que fazer pela casa. Dois ou três livros, dois ou três CDs, duas ou três cervejas. Não importava. Não queria mesmo ler, ouvir música ou sorver álcool. Queria era parecer, a si mesmo, menos estupidamente interessado na chamada que não vinha.

Três horas extras de carga no aparelho lhe garantiriam oito horas de conversação. Oito horas initerruptas. Capacidade máxima do ZTW 5000, melhor performance do mercado. Já tinha tudo ensaiado. Primeiro, fingiria não se lembrar dela. “Nina? Nina de onde?” Mas não podia abusar, ele sabia. Rapidamente, emendaria um “Ah, é claro que me lembro de você” e ainda diria – sem pieguice, obviamente –: “Que bom que você ligou”. Se a voz dela convidasse a coragem dele a dar as caras, arriscaria um “estava pensando em você hoje cedo” e, depois de torcer a face em vergonhas, era só deixar a conversa fluir.

Zé perguntaria a Nina como passou a semana, se voltou ao bar onde se conheceram. Indagaria se a moça conseguiu fechar o contrato de que havia falado e, finalmente – ah, finalmente –, se tinha planos para mais tarde.

Oito horas de conversação sem necessidade de recarga. Mãos livres pelo uso do headset. Identificador de chamadas Plus 470. Era tudo de que dispunha. Era mais do que precisava. O vislumbre do prêmio – o reencontro com os lábios de Nina – trazia-lhe a certeza do excelente investimento que fizera.

Normalmente, era ele quem anotava os telefones que lhe interessavam chamar. Dessa vez, no entanto, meio embriagado, meio entorpecido, viu até charme na negativa de Nina e concordou em fornecer, ele, seus números a ela. “Te ligo no sábado. Posso?” “Pode, claro!”, disse. E esperou.

A noite veio rápido. O telefone tocou duas vezes. Um engano, um operador de telemarketing com sotaque paulista. De repente, um lampejo: “Ela perdeu o número”. Correu ao banho e às roupas, caprichou no perfume e saiu, desabalado, rumo ao local do primeiro encontro. Nina havia de estar lá, certamente.

Do balcão, onde fingia prestar atenção nas amigas, Nina sentiu o cheiro inesquecível do perfume de Zé. Teve a sensação de ter olhado para a porta dois segundos antes de ele, de fato, chegar à porta com o olhar afoito de quem procura uma presa. Cabelo lavado, barba feita, roupa impecável e aquele bendito cheiro, tudo como dias atrás.

“Caçador babaca”, pensou Nina, olhos rasos d´água, enquanto atacava com beijos o cidadão desavisado que passava a caminho do banheiro. “Vaca”, disparou Zé em pensamento que dissimulou atendendo, em farsa, ao celular que não tocara.

Ele saiu do bar. Ela correu ao banheiro. Enquanto o número de Zé, marcado em papel, seguia rumo ao mar em consecutivas golfadas hidráulicas, o ZTW 5000 vislumbrava o ocaso em vôo solo da varanda do quarto andar. O headset, no entanto, fora poupado. Guardado junto às cuecas, virou lembrete constante. Ainda que mudo, gritava, dali, todo dia: “Nenhuma mulher vale a pena”.

Vinicius Filosofa

Um significado do segundo governo Lula.

Por Filósofo Vinicius

A vitória do presidente reeleito não esgota o embate entre progressistas e conservadores. Com a reeleição, de modo algum se pode afirmar que uma autêntica onda de esquerda banha nosso litoral político-econômico. Entretanto, uma eventual vitória do candidato peessedebista seria um tsunami sobre o movimento antineoliberal que se ensaia na América Latina. E o que mais chamou a atenção foi o tratamento dado pela grande imprensa à reeleição: entre tragédia e comédia, vê-se um espetáculo de preconceito e desinformação.



Pretende-se deixar bem claro que graves críticas devem ser oferecidas ao primeiro governo Lula e que certamente a estas críticas serão acrescidas outras durante o segundo mandato. Faz-se necessário um governo autenticamente de esquerda e que vá além de se dizer voltado para os pobres. Assim, exemplificadamente, fez falta uma efetiva reforma agrária, assim como o não pagamento da predatória dívida externa.



E a não eleição tucana significou o afastamento, ainda que temporário, do modelo neoliberal em sua face mais crua e a incrementação da criminalização dos movimentos sociais. Além do necessário afugentamento de uma figura insossa que jamais deveria ter saído do interior paulista para sucatear o governo de São Paulo.



Já a grande imprensa comportou-se mal como era de esperar. Numa certa altura, este modesto comentador se cansou de ler e assistir tamanhas bobagens. Tristemente, a grande imprensa triunfou num aspecto: o preconceito difuso em face dos pobres e sua responsabilidade, enquanto supostamente “ignorantes”, pela reeleição.



Na semana que se passou, este breve escriba foi confrontado por dois amigos. Um, antigo colega do colégio, hoje engenheiro mestrando pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica; a outra, uma antiga professora, mulher jovem e bonita, mestre em direito civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, advogada militante, professora de cursos para concursos. Ambos igualmente letrados, humorados e felizes, “bem instruídos” e com fácil acesso aos canais de comunicação.



Porém, ambos inconformados com a reeleição. E cheios de fúria ao atacar a figura pessoal do presidente Lula. Seria impreciso dizer que este observador se indignou com as críticas. Pelo contrário: qualquer governo que se indisponha em promover efetiva justiça social se torna o saco de pancadas favorito. Todavia, as queixas deste que escreve foram quanto aos equívocos de perspectivas daqueles. Depois de tanto berrarem, tiveram que ser cordialmente alertados da hipocrisia com que agiam e pensavam. Ouviram que suas pretensas purezas morais eram maculadas pela indiferença de cada um ao sofrimento dos pobres. E que o paladino da moralidade tucana vinha de um governo obstrutor de CPI´s, uma postura tão retrógada quanto aquela denotada pelas mil e uma denúncias de corrupção do governo FHC. Foi necessário, ainda, dizer que num mundo de injustiças como o nosso, é um analfabeto político aquele que faz da cidadania um mero exercício de digitação numa urna eletrônica. Bem certo que ouvi alguns desaforos que foram além da crítica social, numa clara estratégia de quem, perdendo na argumentação, apela para provocações impertinentes.



O placar final foram duas amizades pessoais abalroadas pela língua ferina. O engenheiro em breve deve esquecer, pois outros confrontos já ocorreram e até hoje nenhuma mágoa durou muito. Mas a professora nunca havia sido confrontada e ainda se aguardam as conseqüências.



Assim, um significado para o segundo governo Lula versará, se se pretender uma feição nitidamente popular, uma consolidação da soberania nacional por meio de um projeto econômico que priorize o bem estar da classe trabalhadora em detrimento dos interesses de grandes grupos capitalistas. E, concomitantemente, enfrentando os preconceitos de classe.


Raízes profundas sob pés descalços

Por Cristina Bondezan

Pergunta freqüente nas palestras sobre Arquitetura Social : Quem são os proprietários dos terrenos onde estão as favelas ? Os terrenos são doados? Invadidos? comprados? Boa pergunta !

Na verdade é uma invasão....”autorizada”. Contraditório? Claro, como tudo que é humano. Explico : Essas sub-habitações localizam-se, via de regra , em áreas de risco: Morros, mangues, beiras de “itambés” ( “canyons tupiniquins” ), encostas, entre outras, denominadas Áreas de Preservação Permanente, aquelas que devem ser mantidas na sua originalidade, as matas nativas existentes preservadas, cercadas, cuidadas, impermeabilização do solo nem pensar, construções de qualquer tipo proibidas ( ? )... é o que diz o rigor da lei...

Como não temos a cultura da preservação, do crescimento sustentável, da ecologia ou do turismo responsável, são justamente essas as terras mais degradadas, com esgoto a céu aberto, sem água, eletrificação que dá medo só de olhar, tudo porque seus proprietários (públicos ou privados) ignoram essas terras especiais, contemplativas, de rara beleza, deixam-nas à deriva, abandonadas ao seu próprio destino e vão fechando os olhos para a ocupação lenta e intermitente por aqueles que não possuem um pedaço de chão para morar – bom mesmo é a exploração lucrativa das belezas naturais sem muito trabalho e respeito ambiental, senão dá muito trabalho, não é, senhores empresários ou gerentes públicos?

Então , o que resulta fisicamente é o que vemos: um amontoado de vidas em barracos precários sem qualquer segurança diante de uma forte chuva ou um deslizamento, vivendo na posse da terra mas não co o título de domínio, pois ela continua a ter seu dono legal ...e omisso!

Com o Estatuto da Cidade ( lembram-se desta lei comentada no texto anterior?) um pequeno avanço parecia acenar em direção a população mais carente: a possibilidade da “concessão de direito real de uso”, ou seja, além da posse, também o indivíduo ter o direito de vender, comercializar ou até deixar como herança aquele pequenino chão de raízes profundas sob pés descalços.

Só que mais uma vez a prática irá solapar a teoria e sinto dizer-lhes que apesar de grandiosa intenção do legislador (e vocês sabem que o inferno está cheio delas), não consigo enxergar resultados de curto ou médio prazos, pois para um cidadão obter o título definitivo de domínio nas mãos, ele terá que ultrapassar trâmites burocráticos inimagináveis que o farão desistir na primeira tentativa. Outra coisa: Se a área for particular, bastarão o idealismo, a generosidade e a vontade .
Agora meus amigos, se ela for pública (e a maioria é) o gestor (seja ele prefeito, governador ou presidente) terá que ter a vontade política de iniciar todo um processo hercúleo de mobilização de recursos para essa empreitada, de investir em pessoas capacitadas para orientar a divisão justa dos terrenos sem conflitos após anos e anos de “é assim e pronto”, a disposição de enfrentar o grave problema social e implantar vias internas com infra estrutura básica, bancar as despesas para transferências de barracos localizados em regiões de alto risco – normalmente com relutância do morador, além dos cartórios de registros, e tudo isso mediante autorização legislativa, e sem qualquer tipo de superfaturamento nos serviços ou desvios de dinheiro público que só às vezes acontecem nas grandes e benevolentes atitudes de quem está no poder. É fazer o milagre inteiro, e não apenas promessas a cada 4 anos...

Venus Contra Ataca



O Outro

Por Camila Canali Doval

A violência nos corrói. Não somos mais nós mesmos; somos o medo. Não podemos agir conforme nossos instintos, correr pelas calçadas, devanear pelas madrugadas, voltar a pé para casa, ficar de bobeira no meio da praça. A violência nos corrói aos pouquinhos, tolhendo nossos passos, encolhendo nossos atos, impedindo nossa plena existência. Viver é uma ameaça e sentimos medo.

Todos nós sabemos que o fim está na morte. Mas, em nossos planos - aqueles planos que vivem na herança genética e no inconsciente coletivo - a morte está realmente no fim, na última página, no momento em que o corpo cansa e pede água: A velhice. Morrer velho, pleno, sereno. Não mais um plano; um sonho.



Queria morrer velha. Queria que minhas pernas fraquejassem, que o meu coração falhasse, que a minha mente retornasse à infância, para que a minha última lembrança deste mundo fosse um imenso e divertido play ground. Não lembraria de nenhuma dor que vivi, não lembraria nem de quem amei, só pensaria em o quanto é delicioso ficar assim, ao sol, balançando as pernas no ar.

Sonho. Morrer velha é um sonho que acalento com ardor. Que meus pais morram muito velhos, que meus filhos morram muito velhos e muito depois de mim, que todas as pessoas do mundo possam viver bem e até o fim. Assim é que seria certo.

Pois eis que o sonho substituiu o plano. O plano, hoje, é voltar para casa mais uma vez. É encontrar a família todas as noites. É não receber más notícias sobre os amigos. É ter a chance de reencontrar aqueles que saem porta afora.

A violência nos corrói assim, pelo antes. Pela espera. Pelo medo. Quem nasce hoje, não terá mais o mesmo sonho que os antigos. Não pensará mais na velhice. Quem nasce hoje conhece o quão bamba é a corda. Quem nasce hoje não perderá a ilusão simplesmente porque nem chegará a conhecê-la.

Fatalismo? Onde? Não estou vendo. É assim que me sinto. Frágil. Exposta. Medrosa. Medrosa por mim e por todos que amo. E por todos que não conheço, mas esbarro pelas ruas, assisto na tv, imagino a existência em algum lugar do mundo. Temo pelas mortes cruéis, prematuras, violentas. Temo pela orfandade, viuvez, saudade. Temo pelos atentados, bombas, chacinas. Temo pelos assaltos, seqüestros, vinganças. Temo pelos estupros. Temo pela falta de coração. De humanidade. De amor. Temo por tudo o que um ser humano é capaz. Temo pela política, pela desigualdade, pela inanição. Temo pelo desprezo, ignorância, egolatria. Temo pela culpa de cada um. Temo pela minha culpa. Temo, acima de tudo, pela falta de sonhos.

E por isso eu procuro não me afastar da Beleza. É nela que mora a nossa salvação. A Beleza do mundo. O mundo é repleto dela. O mundo é feito de detalhes. Detalhes e deleites. A Natureza, os Sentimentos, a Arte. Em cada canto tem uma flor. Em cada janela tem o céu. Com sorte, tem o Sol. Com muita sorte, tem a Lua. Uma Lua linda, redonda, prata. Em cada pessoa tem um coração. Em cada coração tem amor. Às vezes, parece que não tem. Mas sempre tem. Basta procurar com calma que o amor acaba aparecendo. E em todo lugar tem Arte. Arte, Arte, Arte para todos os lados. Todo mundo faz Arte. Todo mundo pinta e borda. Todo mundo tem algo para dar ao mundo. A Beleza é intrínseca ao mundo e à humanidade. E eu fico de olho. Eu toco, eu absorvo, eu experimento. Eu passo adiante. A Beleza deve ser passada adiante. Todo mundo tem que saber da Beleza. Meus filhos conhecerão a Beleza. Amarão a Beleza. Saberão que a Beleza está dentro deles. E também do Outro.


Aliás, nada mais Belo que o Outro.



Camila Canali Doval, provável escritora, futura mãe de pequenos Caios, moça de família de comercial de margarina, quase formada em Letras, blogueira de plantão, taurina em alto grau (vide defeitos do signo), 26 anos de idade, infinitos de sonhos, incansáveis de busca, repletos de vida. Uma mulher de sardas assumida, apaixonada e feliz até onde pode e, olha, pode muito.

Canto dos Versos

Conclusão de um dia de espelho

Por João Vitor

imerso na casca vazia de homem
fito minha imagem no vidro
tão rigorosamente liso
tão rigorosamente perfeito
e tão pouco humano...

uma palavra,
um absurdo,
um bom-dia,
um beijo noturno...
que eu roubo do vidro,
que nada responde,
nem reage, nem luta, nem nada...

o vidro , o vidro, o vidro
relativo,
o vidro,
o vidro, o vidro, o vidro
absoluto,
o vidro,
o vidro,o vidro,o vidro
passageiro como eu
o vidro,
o vidro,o vidro,o vidro,
reflexo e oposto
o vidro.
quebradiço
como eu.
o vidro.

Jv

Arquitetura Social



Raízes profundas sob pés descalços

Por Cristina Bondezan

Pergunta freqüente nas palestras sobre Arquitetura Social : Quem são os proprietários dos terrenos onde estão as favelas ? Os terrenos são doados? Invadidos? comprados? Boa pergunta !

Na verdade é uma invasão....”autorizada”. Contraditório? Claro, como tudo que é humano. Explico : Essas sub-habitações localizam-se, via de regra , em áreas de risco: Morros, mangues, beiras de “itambés” ( “canyons tupiniquins” ), encostas, entre outras, denominadas Áreas de Preservação Permanente, aquelas que devem ser mantidas na sua originalidade, as matas nativas existentes preservadas, cercadas, cuidadas, impermeabilização do solo nem pensar, construções de qualquer tipo proibidas ( ? )... é o que diz o rigor da lei...

Como não temos a cultura da preservação, do crescimento sustentável, da ecologia ou do turismo responsável, são justamente essas as terras mais degradadas, com esgoto a céu aberto, sem água, eletrificação que dá medo só de olhar, tudo porque seus proprietários (públicos ou privados) ignoram essas terras especiais, contemplativas, de rara beleza, deixam-nas à deriva, abandonadas ao seu próprio destino e vão fechando os olhos para a ocupação lenta e intermitente por aqueles que não possuem um pedaço de chão para morar – bom mesmo é a exploração lucrativa das belezas naturais sem muito trabalho e respeito ambiental, senão dá muito trabalho, não é, senhores empresários ou gerentes públicos?

Então , o que resulta fisicamente é o que vemos: um amontoado de vidas em barracos precários sem qualquer segurança diante de uma forte chuva ou um deslizamento, vivendo na posse da terra mas não com o título de domínio, pois ela continua a ter seu dono legal ...e omisso!

Com o Estatuto da Cidade (lembram-se desta lei comentada no texto anterior?) um pequeno avanço parecia acenar em direção a população mais carente: a possibilidade da “concessão de direito real de uso”, ou seja, além da posse, também o indivíduo ter o direito de vender, comercializar ou até deixar como herança aquele pequenino chão de raízes profundas sob pés descalços.

Só que mais uma vez a prática irá solapar a teoria e sinto dizer-lhes que apesar de grandiosa intenção do legislador (e vocês sabem que o inferno está cheio delas), não consigo enxergar resultados de curto ou médio prazos, pois para um cidadão obter o título definitivo de domínio nas mãos, ele terá que ultrapassar trâmites burocráticos inimagináveis que o farão desistir na primeira tentativa. Outra coisa: Se a área for particular, bastarão o idealismo, a generosidade e a vontade.


Agora meus amigos, se ela for pública (e a maioria é) o gestor (seja ele prefeito, governador ou presidente) terá que ter a vontade política de iniciar todo um processo hercúleo de mobilização de recursos para essa empreitada, de investir em pessoas capacitadas para orientar a divisão justa dos terrenos sem conflitos após anos e anos de “é assim e pronto”, a disposição de enfrentar o grave problema social e implantar vias internas com infra estrutura básica, bancar as despesas para transferências de barracos localizados em regiões de alto risco – normalmente com relutância do morador, além dos cartórios de registros, e tudo isso mediante autorização legislativa, e sem qualquer tipo de superfaturamento nos serviços ou desvios de dinheiro público que só às vezes acontecem nas grandes e benevolentes atitudes de quem está no poder. É fazer o milagre inteiro, e não apenas promessas a cada 4 anos...


Cristina Bondezan é arquiteta e urbanista. Nasceu e cresceu em São Paulo entre os italianos dos bairros do Cambucí e da Mooca. Exerceu cargos públicos na área de Planejamento Urbano, é docente do curso de "Design de Interiores "nas disciplinas : Projetos, Revestimentos , Gestão e Empreendedorismo. Seu escritório profissional situa-se na cidade de Marília, interior de SP . Um sonho : Ver o Brasil livre do parasitismo político . Um prazer : viver em amplitude e com olhos atentos...

CLAQUE-TE!


Cine Nostalgia: Quando o cinema homenageia o próprio cinema

Por Roberto de Queiróz

Durante a era dourada do cinema mundial - as décadas de 30 e 40 – diretores, produtores, roteiristas, atores a atrizes foram capazes de através de uma comunhão de habilidades, nos fazer exprimir os mais diversos sentimentos (luxúria, raiva, cobiça, frenesi, humor, paixão, entre tantas outras sensações, foram assimiladas por milhares de espectadores ao redor do globo terrestre). Copiamos vícios, cortes de cabelo, roupas de determinados personagens, atitudes, gírias e, principalmente, o glamour que os irradiava. Mas, com o tempo, isso deixou de ser suficiente: o cinema carecia de se bajular, adotar uma atitude narcisista. Eis que então passam a surgir os filmes cinematográficos que homenageiam a própria sétima arte (seja através das salas de projeção, do trabalho dos homens por trás dessa máquina de fantasias, entre tantas outras).
O maior caso de paixão ao próprio cinema como fonte de entretenimento – na opinião desse humilde crítico que vos fala – é a obra-prima Cinema Paradiso, de Guiseppe Tornatore. Como esquecer do fantástico Totó que vivia invadindo a sala de projeção do operador, levando-o à loucura e, posteriormente, vindo a se tornar ele também um gênio por trás da cabine, aquela única fonte de diversão de uma pequena cidade sem atrativos e outras diversões?
O mestre Woody Allen também rendeu suas sinceras homenagens à arte cinematográfica em A Rosa Púrpura do Cairo, quando o ator interpretado por Bill Pullman sai da tela após se encantar com aquela mulher que todos os dias ia ao cinema para assistir ao filme em que ele trabalhava, iniciando assim uma paixão mista de magia e romantismo.
Já na produção Matinê: uma sessão muito louca, o diretor Joe Dante traz de volta à cena as velhas Grind Houses (salas de cinema baratas ou, como chamamos aqui no Brasil, os cinemas-poeira) e um revolucionário diretor de cinema (vivido pelo ator John Goodman, o Fred Flintstones versão-filme) que aparece numa pequena cidade norte-americana próximo a uma base naval – isso em pleno período da 2º guerra mundial – para apresentar ao seu novo público as novas tecnologias cinematográficas existentes nas cidades grandes. Percebe-se claramente na película o precursor de filmes como Malditas Aranhas, A Invasão das Formigas Gigantes, entre várias pérolas do gênero.
Outra realização no gênero narcisista bastante interessante é o filme Cine Majestic, do diretor Frank Darabont (autor do indicado ao Oscar Um Sonho de Liberdade), que nos traz o sempre hilário Jim Carrey (dessa vez num papel dramático) como um diretor de cinema perseguido pelo macarthismo que, após fugir da capital hollywoodiana rumo ao interior dos EUA, sofre um acidente de carro - no qual perde temporariamente a memória – e é confundido com o filho do dono de uma antiga sala de cinema (a tal cine majestic) e decide ficar para ajudar o seu “suposto pai” a reerguer o prédio.
Em suma, muitos filmes saudosistas e narcisistas ao extremo (mas, em nenhum momento, sem perder sua ternura) foram realizados ao longo da história cinematográfica. Atualmente o diretor Quentin Tarantino trabalha junto com seu velho parceiro Robert Rodriguez na produção de Grind House (que contém dois médias metragens de terror), uma evidente “homenagem” ao cinema daquela época que jamais sonharia com esse cinema tecnológico de hoje. O que significam esses filmes? Falta de modéstia da parte de seus realizadores? Excesso de paixão à sétima arte? Não faço idéia. Mas que sempre é bom ver a história do cinema contada de forma apaixonante e nostálgica, disso não temos a menor dúvida. Temos?

ROBERTO DE QUEIROZ

Carioca, 29 anos, morador da cidade maravilhosa,amante das mais inusitadas expressões artísticas (emparticular da sétima arte), do qual me considero umconfidente mordaz.

Luciano Piccazio, direto do Arte Free

Nova MPB, temos de agüentar?

Por Luciano Piccazio


Toda geração espera e vive as novidades musicais que fazem sentido para aqueles tempos. Rock, em qualquer época, o faz. Talvez pela atitude, talvez pelas letras. Muitas vezes pela sonoridade. MPB também. No Brasil, uma juventude inteira se levantava para ouvir MPB nos discos de vinil, nos Festivais da Canção. Músicas belíssimas, complexas, com letras de compositores do escalão de Vinícius de Moraes.

Estes jovens cresceram, vieram outros jovens. Outra geração, anos 80. Rock volta à tona com Legião, Paralamas e tantos outros. Música boa ainda, um tanto quanto mais simples, mas com letras diretas e liricamente bem estruturadas. As portas da ditadura militar estavam sendo abertas, e o rock aproveitou para chegar chutando.

Nossa geração parece ainda não ter encontrado direito seu rumo. Músicos bons, é claro que há, mas o estilo parece ainda estar na estufa. Enquanto isso, somos forçados a ouvir canções que nunca deveriam ter sido criadas. É o caso da dita "Nova MPB", nome sugestivo, já que os músicos desse estilo são, na maioria, os filhos dos músicos de MPB.

Jairzinho, Simoninha, Pedro Mariano, Jorge Vercilo e afins, são o que de pior já aconteceu na música brasileira nos últimos cinqüenta anos. Uma música de letras péssimas e sem conteúdo, arranjos feios, repetitivos e enjoativos, harmonias manjadas.

A linha que seguem estes da vertente "Nova MPB" é a linha de Djavan – que já é chato por si só. Mas este até respeito, por ser competente músico, bom letrista. Os outros, que tentaram copiar Djavan, pioraram, e muito, sua sonoridade.

Ouvindo rádio, somos obrigados a escutar essa verdadeira lástima musical. A música não diz nada harmonicamente. A música não diz nada melodicamente. A letra não diz absolutamente nada.

Não se enganem, eles foram estudar música no exterior, tiveram os melhores professores desde cedo. E tudo isso pra fazer essa porcaria.


É preciso que a música de nossa geração saia de seus guetos para fazer barulho e nos permitir uma saída que não ouvir de novo e de novo nossos velhos discos de rock e MPB. Algumas bandas parecem despontar, como Cordel do Fogo Encantado e Teatro Mágico, mas ainda é muito pouco.

Se não surgirem novas bandas no cenário, vamos ficar presos a esta música horrível, que não representa ninguém e veio para não dizer nada. Bandas brasileiras, chegou a hora!

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