Sunday, April 15, 2007

Editorial Quinzena 15 - 15 - 30 de Abril



A Rotação foi feita novamente e agora estamos do outro lado da lua, com textos de Professor Toni, Professorinha Silvia (na volta lusitana ao Reação), charges de Bruno Venâncio, fotos de Ana Luiza Schifflers, entrevista de Rodrigo Gerdulli, critica cinematográfica de Roberto de Queiróz, texto lindo de Nana de Freitas, Vinícius Magalhães e nossas colunas centrais, Eles Dizem, Nós Dizemos, Comentários da Quinzena com respostas do C.O.R (Contestador Oficial do Reação), Retalhos, Estatísticas Reativas e o nosso editorial. Não nego que estamos demais, novamente, mas talvez, leitores e leitoras, precisemos conversar.


Nossa equipe miamense

Nossa causa é simples, e ao mesmo tempo complicada. Queremos expôr nossas idéias, instigar a informação e a sensibilidade necessárias para causar alguma reação. Ao mesmo tempo, precisamos de vocês, leitores e leitoras, para saber o que trazer à mesa, o que vocês mais querem ver, do que sentem mais falta e como querem que os temas sejam aqui expostos. Não fazemos periódicos por encomenda, mas está mais do que na hora de expandir o projeto e alcançar mais leitores. Por favor, comuniquem-se conosco nos campos dos comentários, façam suas sugestões e peçam o que querem ler ou ver por aqui, que avaliaremos e faremos o que nos for possível.

Nossas entrevistas estão ficando mais frequentes, e nossa idéia é puxar pessoas interessantes para que falem com nossa equipe dispersa mundo afora, para tratar o Reação como um espaço verdadeiro, sincero e aberto. Estreamos com Gerdulli e a banda Beselhos, logo Liliane Corrêa nos trouxe sua conversa com Son Salvador, cartunista mineiro profissional, e eu tive o privilégio de conduzir a entrevista com Lucia Aratanha, veterana da CIA dos Atores que teve a estréia de sua peça Swallowing the Moon em Miami no mês de Fevereiro. Agora trazemos mais uma entrevista de Gerdulli com Batone e seu LixoExtraordinário, mais uma banda do cenário independente da música brasileira.

Nós brincamos em expediente, mas levantamos bandeiras. Nossa primeira bandeira levantada oficialmente foi o não à diminuição da maioridade penal no Brasil. Recebi uma mensagem corrente e a repasso aqui, para dar um exemplo ao que digo. A pessoa que me enviou a recebeu de uma mulher, supostamente, chamada Christina Adams. C
omeça da seguinte maneira:

Esta é uma petição pública solicitando ao Congresso Nacional o endurecimento da legislação para crimes hediondos, incluindo redução da maioridade penal, possibilidade de condenação até 60 anos de prisão (em vez dos 30 atuais) e extinção dos benefícios que reduzem o regime fechado a apenas 1/6 da pena (atualmente poucos ficam mais de 5 anos na cadeia devido a esses benefícios).Em resumo, o que está sendo pedido é que quem for maior de 16 anos e cometer crime hediondo possa ser condenado a até 60 anos de prisão e que cumpra a pena integralmente em regime fechado, sem direito a semi-aberto nem a liberdade condicional, para que não volte a matar mais inocentes, tal como um dos assassinos do menino João Hélio que estava em liberdade condicional (etc)”

Caso essa mesma preocupação vizasse a criação de métodos de inclusão social, educação e uma melhor infra-estrutura prática nas vidas das pessoas, provavelmente teria um efeito maior. Talvez, não acabasse com a criminalidade imediatamente, mas a redução da maioridade penal tampouco o faz. Vale lembrar que nosso problema de impunidade é bem maior entre corruptos e políticos ladrões, além de extremamente incompetentes, e que ninguém se revolta com a mesma intensidade quando os crimes são dessa natureza, nem mesmo as pessoas que mais sofrem as consequências desses crimes. Protestar sim, mas precisamos saber para quê, e sem conhecimento, educação, ou qualquer tipo de razão central, tendemos a agir por impulsos sentimentais, como o desejo de vingança. Afinal, todos sabemos que não há sistema de re-adaptação social. O que essas pessoas pedem e querem é punição, como se nossas cadeias já não estivessem hiper-lotadas de pessoas recebendo essa mesma punição. No sistema penal que nos cabe, tampouco temos a segurança de que o preso permanecerá preso, ou se de dentro da cela de sua penitenciária não ordenará outros crimes. Não faz sentido aumentar o “mais do mesmo”. Se queremos que a situação realmente mude, precisamos pensar melhor, e sem sentimentos vingativos.

Já o MST cobra de Lula uma reforma agrária imediata, enquanto Lula conversa com Bush, se preocupa com uma iminente CPI, escolhe o segundo escalão ministerial, e ainda lhe sobra tempo para ganhar ibope e popularidade através das nossas famosas estatísticas. Nos últimos tempos, a gasolina nos Estados Unidos aumentou a quase 3 dólares o galão, novamente. Bush, no entanto, ainda não consolidou sua maldade na boca do povo. Sua popularidade até chegou a aumentar alguns trocados. O Partido Democrata é tão desorganizado, que a Direita Moderada pode perder o lugar para os nazistas ainda mais uma vez. Nós, aqui na terrinha do Tio Sam, tampouco parecemos muito preocupados, apesar dos problemas apenas crescentes.

Nossa primordial bandeira é contra a violência, no geral, e pelo mesmo motivo. Violência gera violência. Nos Estados Unidos, crescem as discussões em torno da “Guerra contra as Drogas”, e sei que no Brasil também. O principal lema dessas discussões é a natureza traiçoeira de uma política repressiva ao invés de pró-ativa. Quando se reprime, a criminalidade aumenta, e isso é comprovado historicamente em repetidas infinitas ocasiões.

Mas, a justiça é necessária. Queremos que as pessoas reclamem quando parlamentares e embargadores oficiais receberem aumentos salariais, e a população precisar se contentar com o aumento miserável do salário mínimo pobre. Por que, ao invés de protestar contra o imperialismo nos Estados Unidos, não tratam do imperialismo brasileiro, como a escravocracia da cana de açúcar, por exemplo? Como não protestam, quando a única pessoa coerente no governo é o Clodovil? Os protestos são necessários, mas nós gostariamos de contribuir indicando sobre o que vale mais protestar. Para tal, novamente peço a ajuda dos leitores e leitoras do Reação. Levantem bandeiras, que nós ajudaremos a alçá-las.

Abrax a todos e todas, boa leitura, recomenda-se um texto por dia para maior reflexão e comentários argumentativos para a criação de bons debates.

Roy Frenkiel O editor que edita às vezes, só

3 comments:

Meneau (o insuportável) said...

Não levem a mal, minha opinião (não sou jornalista, não sou nada, pra falar a verdade), mas acho que alguns temas são tão relevantes e geram tanta necessidade de argumentação que tornam os textos aqui um tanto longos e, a meu ver, não "caem bem" na Web, sendo mais adequados para revistas ou matéria de aprofundamento de jornais,o que, imagino, está momentaneamente fora do alcance de vocês.

Já li algumas seções deste blog, outras vezes; achei enxutas e ideais pra Web. Outras, achei longas e cansativas. Acho importantíssimo "levantar bandeiras", mas esse tipo de texto denso, é mais interessante no formato impresso, quando se torna mais cômodo para umaa leitura aprofundada.

Espero não ter despertado a ira daquele C.O.R, divertido e irreverente, a seu modo, mas também um tanto grosseiro. Força e paz a todos.

Roy Frenkiel said...

O negócio é o seguinte Meneau, postou no Editorial ou no Index, eu respondo primeiro, sorte sua, aí abafo o Jiló – que eu estresso bastante bem antes de enviar os comentários pra ele fazer a seleção, pra ele ser o mais grosseiro o possível. Como editor, fico feliz, porque alguém é grosso aqui, e não precisa ser eu.

Meneau, é isso mesmo que eu pedi, que comentassem criticando e dizendo o que acham que poderia ser diferente.

Sua crítica é aceitável, mas permita-me fazer algumas observações:

1 – O R.C. é feito pra sair da norma, inspirado em um jornal que saiu mesmo da norma, e nele, o amadorismo conquistou o público em plena ditadura, e só depois de 20 anos – com o aumento da ignorância generalizada – é que baixou a bola. O Pasquim21 não teve a mesma repercussão, pena. Mas era um jornal não diagramado, não editado, não censurado, no qual as pessoas falavam o que pensavam, como deve ser em uma mídia hipocritamente “imparcial”. Já reclamaram de nossa diagramação... A resposta é a mesma.

2 – O visual do site deve ser adapatado cedo ou tarde, provavelemente tarde, mas muda, e isso já ajudará na hora de postar mesmo textos longos.

3 – O NYT e o Le Monde, os melhores jornais do planeta (da mídia corporativa, claro) têm matérias comumente maiores do que as nossas, blogues extensos, e uma série de outras apresentações em seus sítios eletrônicos de milhões de visitantes. Concordo, não é mesmo muito confortável ler artigos grandes pela net, mas não é por isso que vamos bani-los, concorda? Afinal, tem gente que lê, e se o texto é importante para quem escreveu, se acha q faz alguma diferença publicá-lo, qual é o risco? De que não leiam? Faz sentido... Mas se fosse assim não escreveriamos livros...

4 – Realmente não podemos no momento tornar-nos revista ou jornal impresso.... Mas, fique ligado, mesmo no Brasul os jornais estão perdendo cada vez mais, e as revistas um pouco menos, mas também perdem. Por que? Porque as pessoas estão migrando para a net, aonde podem encontrar todos esses artigos e muitos mais, e ainda de quebra comentar se não gostaram.

E é isso, Meneau, mas saiba que ninguém fica irado. Só projetamos a resposta, mas isso não significa que eu, da próxima vez que postar, não considere algumas vezes o que você comentou aqui e pondere bem antes de publicar algo mais extenso.

Abraxão! Fique conosco, você vai ver, valerá a pena quando nos sacar melhor!

Roy Frenkiel

Anonymous said...

RF, concordo com o Meneau: acho que a questão do tamanho dos textros deve ser avaliada com carinho (excetuando-se as entrevistas, é claro). Vamos exercer a concisão, rapazes.
(Tá, tá, tá! Até parece piada, um prolixo como eu falando em concisão. Como diz FHC: sigam os meus conselhos, não os meus atos).
Um abraço.

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