Wednesday, July 04, 2007

CLAQUE-TE e o Sci-Fi


Sci-Fi: uma sigla reinventora do cinema contemporâneo
Por Roberto Queiroz

O que faz da ficção-científica um sucesso em todo o mundo? Por que tantas pessoas ao redor do globo fazem filas homéricas nas portas das salas de cinema quando o assunto a ser debatido pelo filme trata de uma temática futurista, apocalíptica, cheia de robôs, andróides e cenas devastadoras que acometerão a sociedade em algum momento mais à frente na história da humanidade? O que pensariam a respeito da sociedade na época em que foram produzidas as películas os cineastas Stanley Kubrick e George Lucas, quando decidiram em 1971 dirigir suas respectivas obras-primas Laranja Mecânica (adaptado do livro de Anthony Burgess) e THX 1138? Será que eles tinham idéia – mesmo que passageira – do tamanho da dimensão que suas produções acarretariam ao longo das décadas seguintes? Essas e muitas outras perguntas vêm acompanhando esse mísero colunista ao longo da última década com imenso fervor.

Por sempre ter sido um fã apaixonado do gênero, esse foi um tema que adiei como pauta para essa coluna por um longo tempo (já poderia ter postado sobre Sci-Fi há bastante tempo, mas acreditava não ser ainda a hora adequada) por acreditar que devia a esses filmes o devido respeito que merecem. Críticas à parte de colegas meus, ansiosos para que eu escrevesse sobre o tema e, principalmente, acerca de quem seriam os pioneiros do gênero – e, lógico, da velha pergunta que teima em não se calar: quem são, de fato, os iniciadores da ficção-científica na sétima arte? -, agrande verdade é que o cinema de Sci-Fi só começou a tomar a forma como o conhecemos hoje graças ao fantástico titio Lucas e sua trilogia Star Wars (falo aqui exclusivamente da trilogia original: Guerra nas Estrelas, O Império contra-ataca e O Retorno do Jedi).Não fosse ele, considerado naquele tempo um louco porquerer realizar tal façanha, jamais teríamos ficado embasbacados diante de tanta tecnologia, perfeccionismo e efeitos extraordinários.

De lá para cá, desde o lançamento do 1º episódio da trilogia (na verdade o quarto pela cronologia oficial), já se vão fantásticas três décadas. E nesses trinta anos de reinvenções, trilogias de qualidade oscilando entre o impecável e o desastroso, utilização de novos programas e tecnologias de captação de imagens – e vale aqui abrir um parêntese para a produção Final Fantasy, um “filme” totalmente digital com personagens concebidos via computação gráfica -, todo mundo tenta até hoje superar o velho mestrecriador dos insuperáveis Obi-Wan-Kenobi, Luke Skywalker, Han Solo, Princesa Léa, Chewbacca, C3PO e R2D2. Todos eles, obviamente, sem atingir a supremacia.

O caso mais comum de tentativa de superar o sucesso starwarmaníaco está nas sucessivas trilogias do gênero que foram se repetindo ao longo dos anos. E foram muitas! O Exterminador do Futuro, Robocop, Matrix (essa talvez a que mais próximo tenha chegado de criar um novo conceito de sci-fi, baseado nas realidades virtuais misturadas a conceitos filosóficos platônicos e o entorpecimento da sociedade causando a destruiçãoda espécie) e Jornada nas Estrelas (a única a ter um fã-clube que bata de frente com a saga de Lucas, por conta da dupla Capitão Kirk e Dr. Spock). No princípio, os robôs largaram na frente na preferência das platéias, mas com o tempo os humanos foram ganhando o seu devido lugar de respeito como protagonistas. Em alguns casos até uma simbiose é bem mais bem-vinda (acostumamo-nos a ver o atual Governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger como o andróide massacrado por uma máquina de modelo superior ao seu; o policial Murphy, assassinado barbaramente e transformado no policial cibernético, agente da OCP; recentemente, tivemos até o caso do robô investigado por assassinato na produção Eu, Robô, de Alex Proyas, baseado em conto de Isaac Assimov).

Outro subgênero interessante é aquele formado por criaturas, pragas que no futuro dizimarão toda a humanidade: os insetos avassaladores de Tropas Estrelares, de Paul Verhoeven; Os marcianos de Marte Ataca, de Tim Burton; os alienígenas tresloucados de O Quinto Elemento, de Luc Besson e MIB: Homens de Preto, de Barry Sonenfeld; o mundo robótico de Inteligência Artificial, de Steven Spielberg (onde máquinas são destruídas numa “atração” chamada Feira de Pele e um menino andróide faz uma jornada em busca da capacidade de emocionar-se). Aliás, Spielberg é o outro lado damoeda nessa história. Junto com Lucas formam o Yin eYang desse gênero, contribuindo com excelentes exemplares dessa temática como E.T – O Extraterrestree Contatos Imediatos do 3º Grau. Em alguns casos,rotulado como criador de tramas infantis, comentário do qual não partilho.

Entre as favoritas desse humilde escritor de resenhas e artigos, destaco o visual sublime de Blade Runner – O Caçador de Andróides (até hoje me imagino no lugar de Harrison Ford saltando de seu carro especial no começo do filme), o antológico filme-denúncia Filhos da Esperança, onde o diretor Alfonso Cuarón brinca de forma cruel e espontânea com os desejos e sonhos de uma sociedade onde até para se gerar um filho é uma odisséia digna dos poemas narrativos gregos, o sistema repressor e desigual de Código 46, fabulosa produção do diretor Michael Winterbottom (por sinal, conselho do colunista: fiquem de olho nesse indivíduo, pois ovejo nos agraciando futuramente com muitas coisas boas) e, por último, mas não menos desprezado por conta disso, a saga especial 2001: Uma Odisséia noEspaço, de Kubrick (com direito a abertura pré-histórica e tudo).

Entre as últimas produções cinematográficas (destacando aqui aqueles que mereciam melhor empenho de seus realizadores) ressalto O Pagamento, de JohnWoo e sua importante investigação sobre um mundo onde identidades são apagadas a qualquer momento; O Homem Duplo, de Richard Linklater e sua caçada futurista ao narcotráfico; Violação de Privacidade, de Omar Naim,onde Robin Williams é um “editor de vidas” (que, desde o nascimento, são gravadas em microchips); Outland: Comando Titânico, de Peter Hyams, trazendo Sean Connery às voltas com mortes relacionadas a uma droga futurista; Stargate, de Roland Emmerich e seu portal do tempo e a mistura sci-fi e investigação criminal de Os 12 Macacos, do sempre alucinado Terry Gilliam.

Nos últimos anos, voltou o interesse pela temática (que reassumiu, por conta disso, o seu status de celebridade dentro da indústria). Novos admiradores surgem, se escabelam, gritam – um nome em potencial surge no meio da névoa imposta por diversos roteiros em potencial: Philip K. Dick – e, às vezes, chegandoao extremo de copiarem seus ídolos na vida geral (o que pode criar graves tragédias em todo o mundo). E agora, pergunto eu, que caminho seguir? Que nova máquina inventar? Em que realidade estamos agora, mesmo? Futuro? Presente? Passado? Ahnn... Que confusão, não é mesmo? Pois é: esse tumulto foi imposto pela ficção-científica. O que fazer com todas essas informações? Aceito conselhos.

Sugestões de pauta, críticas, perguntas:http://cave.zip.net e http://claque-te.blogspot.com

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