Wednesday, February 14, 2007

CLAQUE-TE



Temporada do Oscar: ano de surpresas
Por Roberto Queiroz

Caros leitores do reação cultural e cinéfilos de plantão: é tempo de premiações as mais diversas. Uma época em que as produções mais badaladas (o que não significa que elas caiam sempre no gosto popular) dão o ar da graça entre os mais importantes sindicatos e júris da principal indústria do cinema mundial. Não preciso nem falar aqui do tapete vermelho, das divas em seus longos vestidos brilhantes (costurados pelos mais ilustres alfaiates de Beverly Hills) e das maciças campanhas organizadas pelos estúdios (e aqui vale destacar que as majors sempre levam vantagem nessa hora) para divulgar essa ou aquela película considerada pelos diretores como a de maior potencial para ganhar as disputadas estatuetas.

Esse ano, no entanto – se pensarmos, é claro, no tão cobiçado e contraditório Oscar, o prêmio máximo da academia norte-americana – teremos uma competição bastante diferente da que temos visto nos últimos anos. Os jurados finalmente se renderam à importância do mercado independente de cinema (ou seja, aquelas pessoas que “teimam” em não ver suas películas presas aos grilhões de nenhuma companhia arrasa-filme). Os exemplos esse ano foram muitos, nas mais diferentes categorias: O Labirinto de Fauno, de Guillermo Del Toro; Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Faris; Babel, de Alejandro González Iñárritu; até mesmo grandes nomes que quiseram pôr o seu próprio dinheiro na fogueira, a recorrer aos cofres das grandes produtoras (casos de Mel Gibson em Apocalypto – indicado em três categorias – e Bill Condon por seu Dreamgirls, concorrendo em oito nominações).

(Imagem tirada de:
www. newsimg.bbc.co.uk/ )


A grande decepção (ou surpresa, na opinião de alguns) é o fato do maior indicado desse ano (Dreamgirls) não ter sido indicado às categorias de melhor filme e diretor (o que é, no mínimo, inusitado). Almodóvar e seu Volver estão de fora – para mim, injustamente – alimentando ainda mais as chances de O Labirinto de Fauno que, até então, corria por fora. No quesito animações não acredito que a Disney perca esse ano. Carros – que traz a volta de John Lasseter no comando da companhia - realmente é um belo desenho (apesar de ter gostado e muito da produção de George Miller Happy Feet – O Pingüim).
Entre os premiados devotados aos intérpretes, esse é um ano de reis e rainhas. De um lado, Idi Amin Dada (belíssima interpretação visual e vocal de Forrest
Whitaker em O Último Rei da Escócia), do outro, a praticamente perfeita Elizabeth II em A Rainha, vivida pela ótima atriz inglesa Hellen Mirren (só se os jurados forem loucos ou estiveram dopados no dia de escolher os vencedores para não premiar a dupla). Já nos coadjuvantes temos a volta de Eddie Murphy – espero que para ficar! – depois de várias comédias fracas e de parcas bilheterias e a correção da injustiça feita a Jennifer Hudson (criticada na época em que participou do programa American Idol). Só sinto realmente nessas categorias a ausência de Jack Nicholson e seu Frank Costello de Os Infiltrados e faria uma mudança na indicação de Leonardo Dicaprio (eu o indicaria por Os Infiltrados também).

E por falar em Os Infiltrados e Martin Scorcese? Será que agora vai? Estou torcendo para que sim! Até porque um gênio que dirigiu produções como Táxi Driver, Caminhos Perigosos e Os Bons Companheiros, não pode deixar de ser reconhecido a vida toda. E afinal, ele venceu o SAG (Screen Actors Guild) e o DGA (Directors Guild of America) os termômetros mais importantes da academia.
O Brasil? É, meus caros leitores: mais uma vez ficamos chupando o dedo. O filme até era bom, mas não deu para Cinema, aspirinas e urubus. Que fazer? Fica pra próxima. Se servir de consolação o Gibson também não foi indicado. E as grandes barbadas de última hora (os chamados azarões) são Pequena Miss Sunshine – que vem ganhando força dia-a-dia (principalmente depois de ganhar o SAG) – e, claro, o velho e bom Dirty Harry Clint Eastwood e seu Cartas de Iwo Jima, que desbancou as supremes dos principais holofotes.

Qual será o melhor filme do ano? Estava quase que certo a respeito de Babel. Agora já não tenho mais tanta certeza. Apesar de não ser tradição da academia premiar comédias, não sei, sinto que bons ventos sopram para os lados de Abigail Breslin e sua família. E além do mais, precisamos acreditar ainda, nesse mundo caótico em que vivemos, na importância de se ter uma família (por mais desajustada que ela seja).

P.S: Nobres amigos leitores: decidi montar um blog com o mesmo nome dessa coluna há alguns dias. Para aqueles que quiserem se deleitar com as maravilhas do cinema, basta acessar
http://claque-te.blogspot.com ou procurar nos links de http://cave.zip.net


ROBERTO DE QUEIROZ


Carioca, 29 anos, morador da cidade maravilhosa,amante das mais inusitadas expressões artísticas (emparticular da sétima arte), do qual me considero umconfidente mordaz.

2 comments:

Anonymous said...

Torço pelo Clint, mas acho que vai dar o Scorcese. Sabe como é - a justiça tarda mas não falha. O cara merece há tempos e mais uma vez fez por merecer.
Melhor ato, acho que dá o Forrest Whitaker, que já ganhou o Globo de Ouro.
Abraço.

Jean Scharlau said...

Não dou a mínima pra esse negócio de oscar, grammy e outras firulas, mas é bom ler sobre cinema, pra aliviar a tensão.

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