Monday, December 11, 2006

CLAQUE-TE!


O Cinema buscando seus fiéis nas platéias
Por Roberto de Queiroz

A indústria cinematográfica – e aqui se faz necessária uma maior abertura para o cinema americano – sempre teve fascínio pelos épicos religiosos. Filmes que retratam o evangelho de Cristo de mil maneiras distintas, baseados nas mais diferentes fontes (alguns considerados de teor bastante polêmico, chegando a ser rechaçados pela própria Igreja Católica e o Papa). Muitos Jesus Cristos foram delineados. Jeffrey Hunter em O Rei dos Reis (King of Kings, de Nicholas Ray, 1961) é considerado por muitos críticos como o melhor exemplo de interpretação do filho do criador. Agradam-me muito o Cristo de Robert Powell em Jesus de Nazaré (Jesus of Nazareth, de Franco Zefirelli, 1977) e o de Willem Dafoe em A Última Tentação de Cristo (The Last Temptation of Christ, de Martin Scorcese, 1988), este envolvido pela sedução de Maria Madalena. Maria Madalena, por sinal, muito bem escolhida pelo diretor Mel Gibson em seu A Paixão de Cristo (The Passion of the Christ, 2004), uma das produções mais polêmicas dos últimos anos. Como não atentar para a beleza da atriz italiana Monica Belluci?

Seguindo o gênero musical religioso, dois bons exemplos são Jesus Cristo Superstar (Jesus Christ Superstar, de Norman Jewison, 1973), baseado no musical de Andrew Lloyd Weber, um filme que ficará registrado na minha mente eternamente pelas belas canções e fotografia, e Godspell: A Esperança (Godspell, de David Greene, 1973), traçando um Jesus andarilho que busca numa grade metrópole pessoas comuns – um motorista de táxi, uma garçonete, etc – para evocar, através de canções, as parábolas do evangelho segundo são Mateus.

Há também aqueles casos em que a figura em questão a ser trabalhada não é o próprio cristo ou o velho testamento, nem algo do tipo, e sim um homem atormentado pela culpa e pela falta de fé. É exatamente isso o que acontece em Barrabás (Barabbas, de Richard Fleischer, 1962), interpretado magistralmente pelo sempre ótimo Anthony Quinn, no papel do homem que é libertado para que Jesus seja cruficicado, o que o remete a uma vida de penitências e lástimas, e também o brilhante O Manto Sagrado (The Robe, de Henry Koster, 1953), trazendo Richard Burton no papel de um soldado romano que tem a vida modificada quando põe as mãos no manto que cobriu Jesus no dia de sua crucificação.

Após décadas de adaptações e trabalhos excelentes na área, o cinema de cunho religioso deu um tempo e decidiu pesquisar outros temas, fuçar outras questões mais sociais (trazendo de carona uma geração composta de mestres como Steven Spielberg, Francis Ford Coppola, Martin Scorcese, entre outros, que encantaria uma legião de fãs).

Porém, como é difícil calar a boca de certos realizadores, o tema ressurgiu com força (principalmente após a incursão do ator/diretor Mel Gibson), gerando um novo filão. Entre essas novas produções, vale destacar aqui duas que me impressionaram ou pelo capricho estético ou pelo conteúdo narrativo: Jesus – A História do Nascimento (The Nativity Story, de Catherine Hardwicke, 2006), belíssimo retrato do nascimento de Cristo, e O Exorcismo de Emily Rose (The Exorcism of Emily Rose, de Scott Derrickson, 2005), que trata de uma historia que chocou a igreja católica por conta de um caso de exorcismo mal realizado, levando à morte de uma adolescente nos EUA.

Enfim, para aqueles que achavam que religião e cinema era uma química do passado, estavam redondamente enganados. Os produtores hollywoodianos, europeus e até brasileiros (vide o sucesso de Maria: Mãe de Deus e Irmãos de Fé nos cinemas) estão mais interessados em caçar seus fiéis nas poltronas das salas de exibição do que nunca. Amém, sábios espectadores e bloguistas.

Carioca, 29 anos, morador da cidade maravilhosa,amante das mais inusitadas expressões artísticas (em particular da sétima arte), do qual me considero um confidente mordaz.

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