Professor Toni
Diversidade e Tolerancia Raciais
Por Prof Toni
A revista Caros Amigos deste mês entrevista a ministra da Promoção de Políticas da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Brilhante!
Entrevista densa, temas tratados com profundidade, uma verdadeira aula sobre a questão racial no Brasil.
Ela relata avanços e percalços neste primeiro mandato do presidente Lula, abordando de forma clara as ações afirmativas, dentre elas a questão das cotas nas universidades.
Clicando aqui você tem uma amostra da entrevista que está na edição impressa.
No portal Terra, temos uma notícia interessante, que socorre parte das intervenções da ministra: Comissão condena Brasil por caso de racismo (clique no título para ler a notícia).
Deprimente!
A condenação da OEA é inédita, também a desfaçatez da justiça paulista o é.
Uma senhora – que tem a sua identidade preservada – colocou um anúncio pedindo uma empregada doméstica “preferencialmente branca”.
A negra Simone André Diniz ligou para o telefone que constava no anúncio e após revelar a sua cor foi preterida.
Imediatamente entrou em contato com a OAB e houve uma grande campanha, envolvendo mais de 100 entidades, para que os seus direitos fossem respeitados e a “anônima” anunciante punida. Isso em 1997!
Para a surpresa de todos, o inquérito policial – concluído em 14 dias – não responsabilizou ninguém pelo fato.
O Ministério Público então pediu o arquivamento do caso, argumentado que não havia "qualquer ato de racismo" ou "base para oferecimento de denúncia" (segundo matéria da Folha de S.Paulo, de 18/11/06, só para assinantes).
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) foi acionada e condenou o Brasil a reabrir o caso, indenizar Simone, reconhecer publicamente a violação de seus direitos e patrocinar um curso universitário para ela.
Essa é a justiça do nosso país.
Uma criminosa, aliás, que pratica e faz prova contra si (o anúncio) de crime inafiançável é protegida pela Lei e pela grande imprensa, pois teve seu nome preservado, e poucas foram as notícias, com as raras exceções de sempre, sobre o evento.
O inquérito policial corre com uma celeridade anormal, para nada concluir, embora lá estivesse o anúncio com telefone e tudo mais que fosse necessário para colocar a fulana atrás das grades.
Enquanto isso a poderosa Rede Globo comemora seu sucesso de audiência numa novela do horário intermediário e, canta aos quatro cantos, chama a atenção para o sucesso do primeiro casal de negros a protagonizar uma novela. Não sou especialista no assunto, mas gostaria de ouvir a opinião da galera, principalmente das pessoas do Movimento Negro sobre a eficácia desse “sucesso” e o perfil dos personagens interpretados pelos dois excelentes atores, Lázaro Ramos e Taís Araújo.
Licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Docente desde 1993, é professor do CPV Vestibulares desde 2004. É autor do Material Didático de Atualidades para as turmas de Pré-Vestibular do CPV. Foi consultor do Portal Klickeducação.Atuou junto ao Núcleo de Educação de Adultos da Faculdade de Educação da USP, elaborando material didático para os professores, lecionando para o Grupo de Alfabetização Solidária e prestando assessoria para Prefeituras e ONGs.
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