Sunday, November 26, 2006

CLAQUE-TE


O que aconteceu com as musas do cinema?
Por Roberto Queiroz

Desde que me entendo por gente o cinema foi palco de muitas musas, mulheres estonteantes, de sorrisos fáceis e gestos encantadores que alucinavam a cabeça e os pensamentos de muitos marmanjos. O tempo passou, meu siso cresceu (piadinha infame à parte!), porém o padrão de beleza imposto pela indústria cinematográfica mudou radicalmente. E pior do que isso: fez com que eu revisse o conceito “mulher sexy” no cinema de forma drástica.

Parece que foi hoje que assisti a um filme estrelado pela atriz Audrey Hepburn (não, eu não sou tão velho assim. Eu vi o filme em VHS). A película em questão era Bonequinha de Luxo, adaptação da obra-prima literária do escritor americano Truman Capote. Logo a seguir vieram My Fair Lady e Charada e eu me apaixonei por essa mulher de quadris finos e lábios angelicais. De lá para cá minha curiosidade aumentou por invadir esse universo feminino e conhecer seus mais famosos exemplares – algo que, com certeza, cineastas como Billy Wilder e Pedro Almodóvar teriam adorado. E que lista, meus nobres leitores: Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor (quando revejo a cena da massagem em Cleópatra vou ao êxtase), Sophia Loren, Gina Lollobrigida, Lana Turner, Kim Novak, Natalie Wood (destaque para ela bronzeada em Amor, sublime Amor), Claudia Cardinale, e tantas outras divas que não poderei enumerar por falta de espaço e tempo.

No entanto, com o passar dos anos e o aumento do espaço do mercado independente no cinema mundial, a presença das mulheres na tela – se tomarmos como referência o ponto de vista estético – sofreu significativas alterações. A mulher de lábios finos, traços sutis, pernas levemente arredondadas, deu lugar a uma nova espécie de atriz. O encantamento agora é destinado às mulheres de boca grande, lábios carnudos (modelo esse que Angelina Jolie têm vendido muito bem ns últimos anos), corpos marombados (Michelle Rodriguez, Geena Davis) e pernas grossas e firmes (Demi Moore pós-casamento com Bruce Willis e Sharon Stone). E eis que surge o cerne do problema: o que aconteceu com a singeleza de Vivien Leigh em E O Vento Levou? Por que substituir o rosto sublime de Olívia de Havilland pelas excessivas plásticas de Carmem Electra? Enfim, por que essa mudança?

O pobre colunista desse humilde portal sente a carência desse tempo lúdico em que nudez não era mais do que um complemento da arte. Pensar em mulheres fazendo o que Sharon Stone fez em Instinto Selvagem ou no strip-tease de Natalie Portman em Closer: Perto Demais era quase um acinte. Porém, em tempos de terrorismo e de uma indústria que vende celebridades como quem vende roupas e calçados, essa mulher d cinema também teve de mudar. Só que essa mudança não agradou muito o colunista que vos fala.

Quem são essas musas de hoje? A queridinha dessa classe, sem sombra de dúvidas, é Scarlett Johannsen. Em pouco tempo de carreira já fez por seu futuro do qualquer atriz de sua geração: Dália Negra, O Grande Truque, Match Point – Ponto Final, Moça com Brinco de Pérola, A Ilha, entre outros. Não podemos esquecer também de Keira Knightley, musa da geração anoréxica, magra de doer, em Piratas do Caribe, Orgulho e Preconceito e Rei Arthur (esse último com direito à micro-roupas que expõem seus ossos exuberantes). Angelina Jolie, a Sra. Brad Pitt, tem a vantagem de ser filha de um ídolo da Meca cinematográfica (o hoje eterno vilão Jon Voight). E, claro, não podemos deixar de fora, Jennifer Lopez, Monica Belluci, Rachel Weisz (essas, sim, musas de fato, com M maiúsculo), a queridinha dos americanos Julia Roberts, entre tantas milhares de outras perseguidoras dos quinze minutos de fama.

Despeço-me desta edição deixando claro o meu descontentamento com esse novo modelo estético e ficando aqui registrado a minha eterna afeição por aquelas mulheres que realmente fizeram a história do cinema mundial. O que só vem provar a falta que o passado nos faz. E tenho dito, senhores leitores do Reação Cultural!
Roberto de Queiroz

Carioca, 29 anos, morador da cidade maravilhosa,amante das mais inusitadas expressões artísticas (emparticular da sétima arte), do qual me considero umconfidente mordaz.

No comments:

Convite ao Nosso Yahoo Grupo! Participe e debata!

Povo do Reação Cultural, Agora com uma gestão modernizada e o uso da mais alta tecnologia, contamos com um grupo de discussão pela internet. Pelo grupo, além de receber as tradicionais edições do Reação Cultural, o internauta também poderá debater melhor algumas questões, além de conhecer novos contatos. Para se cadastrarem, basta enviar um e-mail em branco para reacao_cultural-subscribe@yahoogrupos.com.br e faça parte do nosso grupo. Atenciosamente. Reação Cultural Editores

Os Imperdiveis!
Leia o Monblaat!
Maiores detalhes, escreva ao Fritz Utzeri

flordolavradio@uol.com.br

Leia a Zine do Pirata!
Para receber por email, escreva ao Pirata

diariopz@uaivip.com.br

Visite seu blog acessando a:

www.zinedopirata.blogspot.com


Leia O Lobo (Fausto Wolff)

www.olobo.net