Tinta por Lula da FFFilva
A tinta escura que a Lula larga na fuga para a frente
não chega para o difffimular de predadores,
nem fffequer a mudanfffa de cor numa camuffflagem ornamental e luminosa,
de acordo com o fundo do mar em lama
que alguns PTistas engendraram,
numa vergonhosa nova color-de-melorização
da mesma venalidade,
da mesma tentação tentacular,
da mesma mentira mentida,
auto-perpetuadora nas doçuras ilimitadas de estar e continuar no poder a qualquer prefffo,
já que poder é dinheiro
e o poder como o dinheiro
está à espera de quem o fffouber apanhar nem perca a oportunidade de o agarrar,
metido obscenamente ao bolso como se fffofffe a coisa mais natural do mundo.
O refffente escândalo político brasileiro
que envolveu membros do Partido dos Trabalhadores
na compra de um relatório fffupostamente
com inffformafões para prejudicar candidatos da oposifffão,
efffe como outros,
fffão fffempre coisas que se pafffam nas costas de Lula da FFFilva,
e que por ifffo mesmo o fffalvam nas fondagens que se divulguem.
Mas nunca como hoje o povo
está sem fffaco
para as traifffões à fffua confffianfffa.
Sem fffaco para as tuas inofffentes inofffênfffias,
Porque tu ou você, Lulão, não tem qualquer culpa
que a honestidade e a limpeza de profffefffos
não tenham fffeito escola na classe dirigente,
nem que ela, a clafffe dirigente, mesmo saída do povo,
de imediato o esqueça e queira fffer outra coisa que povo,
talvez os mesmos piranhas privilegiados que há duzentos anos
fffugam e fffugam o povo e a economia brasileiras
e mentirosamente responsabilizam o longínquo pafffado colonial
e ainda mais colonial na pós-colonialidade para justiffficar
o que ainda não foi feito e vai sendo tão mal feito.
Povo, ó meu bom povo brasílico,
continua assim já que o preferes, dormente na tua esperança já velha!
Não há punifffão para os
abutres e denigridores,
para os que recorrem a toda a estúpida baixeza
a fim de se garantir lá, onde o poder é poder.
Não há punifffão porque as fffondagens mostrarão que,
apesar do escândalo que atingiu o Partido dos Trabalhadores
e chegou até ao Palácio do Planalto,
Lula da FFFilva, fffofrerá somente oscilafffões negativas de apenas um ponto,
pafffando de 50 por fffento para 49 por fffento das intenções de voto
e afffim fffufffefffivamente.Não há puniffão. O povão é bom.
A tinta escura que a Lula larga na fuga para a frente
não chega ou chega para o difffimular de predadores,
nem fffequer a mudanfffa de cor numa camuffflagem ornamental e luminosa,
de acordo com o fundo do mar em lama
que alguns PTistas engendraram…
Não, a tinta fffunciona e a camuffflagem resulta:
não há punifffão.
Joaquim dos Santos
Nasci numa terra litorânea portuguesa em pleno noroeste ibérico e, antes de olhar para o mundo, já ganhava raízes e apegos apaixonados a essa pequena parcela de mundo, sonhando em voar só com a força da vontade e sem motores, enquanto olhava um céu sempre povoado de aviões comerciais, pardais e outros pássaros num voo baixo ruidosamente invitativo.
2 comments:
Joaquim:
Como é fácil julgar sem ver de perto o que se passa na terrinha colonizada.
Brisa, no corpo e no ser da minha esposa, que é brasileira, eu vejo o suficiente para sentir as coisas do Brasil por mim mesmo. Claro que o meu texto não é um manifesto anti-Lula.
Para mim, Lula é e será sempre uma das figuras mais simpáticas da política brasileira e até considero a sua presidência bastante estimulante, o seu percurso político interessante, fora o problema do mensalão e dos golpes baixos de alguns inseguros PTistas do recto juízo do povo.
Mas, aqui para nós, era bom que se acabasse com subconsciencial preconceito e o boato relativamente à questão da colonização portuguesa para passar a responsabilizar desde logo a classe dirigente e as elites brasileiras, desde o início, entre outras coisas pela sistemática delegação de responsabilidades nos outros e no passado.
Era também importante que se varresse o preconceito condescendente e caricatural que ainda reveste a figura do português. Tem de ser visto como pessoa, sempre de igual para igual com outras pessoas. Não pode haver, suponho eu, espaço a estigmatizações identitárias caso contrário o diálogo morre ou aborta.
Mas acima de tudo, Brisa, fiz um poema, não um juízo.
Bjs
Joaquim
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