Professor Toni
Depois de um grande embate com as forças mais reacionárias do PSDB a candidatura Lula foi vitoriosa nas urnas.
Para surpresa de analistas, sociólogos, marqueteiros, economistas, benzedeiras, curandeiros e demais palpiteiros de plantão ele venceu com folga no 2º turno e por pouco não fecha a fatura já no primeiro.
Muitos ainda se debruçam sobre as motivações desta reeleição.
Uns apostam na ignorância dos pobres, como o tal Reinaldo Azevedo e outros militantes do PSDB, que só gostam da democracia quando ela lhes favorece.
Outros apontam o carisma de Lula, o suposto assistencialismo dos programas sociais e certa dose de populismo para justificar a campanha vitoriosa.
Enquanto terceiros apostam na superação da tal “opinião pública” como formadora de opinião, na percepção da população pobre e daquela tal classe média-média de que a situação de fato melhorou, com uma pequena, mas sensível, elevação do poder de compra deste setor, além de identificar na candidatura Lula a melhor expressão dos seus anseios e desejos.
Penso que a segunda e terceira análises, combinadas prevaleçam.
O programa Bolsa-família, a redução nos preços dos materiais de construção, a estabilidade inflacionária, além de mais alguns fatores somados, superaram os escândalos de corrupção e o baixo crescimento da economia.
Sobre a questão da corrupção pesou também a qualidade e credibilidade dos denunciantes.
Uma vez vitoriosa a campanha da reeleição o que esperar do 2º mandato do presidente Lula?
Eu sou pessimista.
Imagino um governo parecido com o primeiro, mas com taxas de juros mais baixas.
Quanto aos indicadores macroeconômicos o Brasil vai muito bem obrigado!
Dívida externa diminuindo, risco país desabando, balança comercial favorável, reservas em níveis inéditos...
Como a economia prevalece sobre a política nos últimos governos (inclusive o de Lula) resta saber quando a redistribuição de renda e terras será acelerada, como ocorrerão os investimentos em educação, saúde e moradia para propiciar decência à grande parte da população brasileira.
Não consigo ver como será possível melhorar o país, dentro dos parâmetros capitalistas – não estou falando em rupturas –, com lucros recordes dos bancos e concentração de alguns setores da economia em poucas mãos.
Portanto, minhas expectativas giram em torno de alguns eixos:
=> Reforma Agrária (consequentemente influenciando na distribuição da renda).
=> Reformas de grande alcance na educação e saúde.
=> Programas de moradias populares decentes.
=> Combate aos monopólios, principalmente no setor de comunicação.
=> Reforma Política (não é competência do Executivo, mas espero iniciativas).
Só isso!
Licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Docente desde 1993, é professor do CPV Vestibulares desde 2004. É autor do Material Didático de Atualidades para as turmas de Pré-Vestibular do CPV. Foi consultor do Portal Klickeducação.Atuou junto ao Núcleo de Educação de Adultos da Faculdade de Educação da USP, elaborando material didático para os professores, lecionando para o Grupo de Alfabetização Solidária e prestando assessoria para Prefeituras e ONGs.
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